Imagine um espelho mágico, capaz de trazer poder, inovação e vantagem competitiva às empresas. No universo das telecomunicações, o espectro de frequência é o recurso capaz de trazer beleza para o contato entre pessoas, empresas e negócios, garantindo que nenhum negócio seja tão belo quanto o seu.

Assim como a Rainha Má não queria perder seu posto de mais bela na história da Branca de Neve, as empresas de telecomunicações disputam ferozmente cada pedacinho desse recurso invisível, mas essencial. O espectro é o “ar” por onde trafegam nossas mensagens, chamadas, vídeos e sensores de cidades inteligentes. No Brasil, quem faz o papel de guardiã desse espelho é a Anatel, que regula, leiloa e fiscaliza o uso dessas faixas, garantindo que ninguém saia mordendo a maçã errada (ou usando uma frequência sem permissão).

A transformação digital das empresas e da sociedade só acontece porque temos esse “espelho mágico” chamado espectro. Sem ele, não existiriam redes móveis ou Wi-Fi, nem a magia do 5G e da Internet das Coisas (IoT). É a partir do espectro de frequências de telecomunicações que as empresas ganham condição de criar soluções e se conectar com o mundo.

No Brasil, o avanço da conectividade é digno de conto de fadas: já são mais de 250 milhões de acessos móveis, e a chegada do 5G abriu um novo capítulo nessa história.

O leilão do 5G, realizado em 2021, foi o maior do Reino das Telecomunicações, liberando faixas essenciais para novos serviços e modelos de negócio. Na esteira dessa liberação, o mercado vem se desenvolvendo: segundo a Anatel, o número de estações rádio-base no Brasil ultrapassou 120 mil em 2024, com destaque para as faixas de 700 MHz, 2,3 GHz e 3,5 GHz, essenciais para 4G e 5G. O leilão do 5G arrecadou mais de R$ 47 bilhões e estabeleceu obrigações de cobertura em rodovias, escolas e áreas remotas, acelerando a democratização do acesso ao espectro.

Assim como Branca de Neve encontrou aliados na floresta, empresas de todos os portes agora podem pleitear faixas para redes privativas, participar de consórcios e buscar parcerias com integradores e operadoras virtuais (MVNOs). Oportunidades surgem em setores como indústria, agronegócio, logística e saúde – cada um com seu próprio “final feliz” viabilizado pela conectividade.

Espectro: a maçã da inovação

O espectro de frequência é o ingrediente secreto que viabiliza tecnologias disruptivas, como:

? 5G: alta velocidade, baixíssima latência e capacidade de conectar milhões de dispositivos. Tudo isso só é possível graças à liberação de novas faixas de espectro, habilitando carros autônomos, cidades inteligentes e indústria 4.0.
? IoT: a conexão de sensores, máquinas e dispositivos em larga escala depende do espectro, tanto em áreas urbanas quanto rurais.
? Redes privadas: empresas podem operar redes privativas em faixas específicas, garantindo segurança e performance sob medida para suas operações.
? Wi-Fi 6/6E: a evolução do Wi-Fi também depende do espectro não licenciado para crescer em capacidade e velocidade.

O desafio da maçã: monetizar o 5G

Mas nem tudo são flores (ou maçãs envenenadas). Monetizar o 5G ainda é um desafio para as operadoras. O modelo de negócios anterior, de vender pacotes de voz e dados, deixou de encantar e ganhou ares de bruxa. Agora, o espectro virou catalisado de parcerias, inovação e novas maneiras de ganhar dinheiro.

No exterior, operadoras como Orange, Deutsche Telekom e Verizon estão criando subsidiárias e joint ventures para atender setores específicos, quase como se formassem uma “irmandade dos anões” para proteger e explorar melhor as riquezas do espectro. Nesses casos, a operadora não só vende acesso, mas vira sócia do cliente nos ganhos trazidos pela conectividade avançada.

No Brasil, esse movimento começa a crescer. Além das grandes operadoras, surgem integradores e MVNOs, que compram capacidade no espectro e oferecem soluções sob medida para nichos de mercado. É como se cada anão tivesse sua própria função na mina: uns cuidam da segurança, outros da inovação, e todos juntos fazem o negócio prosperar.

O futuro: flexibilidade e valor agregado

O espectro aponta para um futuro com mais flexibilidade regulatória, modelos de compartilhamento dinâmico e valorização dos serviços agregados. Em vez de simplesmente vender acesso, as empresas passam a oferecer soluções completas – consultoria, integração, segurança cibernética e customização.

O espectro deixa de ser um recurso técnico e passa a ser uma plataforma para parcerias e inovação aberta. A Anatel, por sua vez, segue avançando em políticas de uso eficiente, estímulo à competição e inclusão digital, preparando o Brasil para a próxima onda de inovação.

E qual é a moral dessa história? O espectro de frequência é o verdadeiro “espelho mágico” da sociedade digital. Ele conecta pessoas, empresas e máquinas, habilita novos modelos de negócio e impulsiona a inovação em todos os setores. Quem souber fazer as perguntas certas ao espelho – e usar o espectro de forma inovadora, segura e colaborativa – será o novo protagonista desse conto de fadas tecnológico. No fim das contas, não adianta só querer ser a empresa mais bela do reino: é preciso inovar, colaborar e transformar potencial em soluções reais. Oportunidades não faltam – e o momento de dar a primeira mordida (na maçã da inovação) é agora.

 

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