Nestes nossos tempos de bombardeio de informação, mesmo sem querer, qualquer um aprende quais são os novos ídolos da juventude, os novos hits musicais ou as novas celebridades do showbizz. Esse conhecimento pop é absorvido por osmose até pelo mais intelectual dos mortais: basta andar de táxi, ter uma criança na família, bater o olho na TV do restaurante. Você pode não saber quem é o coreano que canta Gangnam Style, mas já ouviu a música tocar por aí e provavelmente viu alguém dançando como se montasse um cavalo, senão numa discoteca, na academia da esquina ou na casa de um desavisado vizinho que deixou a cortina aberta.

Se você tiver um pouco mais de conhecimento pop, pode começar a enxergar tendências, identificar relações entre as novidades, enfim, ligar os pontos. Não é novidade para ninguém que os Angry Birds já extrapolaram a telinha dos celulares há muito tempo, alcançando os cinemas e também a indústria de brinquedos. Pois, agora o mesmo aconteceu com os personagens de outros dois jogos para celular: Fruit Ninja e Cut the Rope. Suas versões em pelúcia figuravam entre os brindes em um fliperama de Las Vegas, onde estive recentemente para a cobertura da CES 2013 (veja foto acima).

Isso é uma mudança de paradigma. Os jogos de celulares deixaram de ser passatempos de pouco interesse limitados ao seu universo original, como eram antigamente, nos áureos tempos da Nokia e das redes 2G. Eles viraram mainstream. Seus personagens são celebridades do showbizz, como os Simpsons, o Mickey Mouse e o Batman. O conteúdo móvel entrou para o seleto rol de mídias de massa que, quando atingem o sucesso, acabam se espalhando para todas as outras plataformas em uma velocidade virótica.

O licenciamento de marca torna-se uma nova fonte de receita para aqueles desenvolvedores móveis que acertarem na loteria e criarem algum novo hit com milhões de downloads. Trata-se do caminho inverso do que acontecia até poucos anos atrás, quando a indústria móvel é quem pagava para usar as marcas de terceiros.

Um dos fatores determinantes para isso foi o barateamento dos smartphones e seu uso pelas crianças e adolescentes, seja com terminais próprios ou com os dos pais.

Então, prepare-se: a próxima festa de aniversário do seu filho pode ser decorada com frutas ninjas… e ao som do Gangnam Style. Melhor aprender a coreografia através do celular.