O celular pesava 348 grama e tinha 22 centímetros (crédito: divulgação)

Se o chamado “tijolo”, o DynaTAC 8000X, foi o primeiro celular a ser lançado comercialmente no mundo, pela Motorola, a mesma empresa trouxe para o Brasil, anos depois, aquele que ficou conhecido como o “tijolão”. Em 1990, chegou ao País o Motorola PT-550, junto à rede de telefonia móvel do Rio de Janeiro. A empresa de Telecomunicações do Estado do Rio de Janeiro (Telerj), atual Vivo, implantou 17 estações de rádio base, na cidade do Rio de Janeiro, com capacidade para atender cerca de 10 mil aparelhos. Apenas 667 celulares estavam em operação no Brasil naquele momento, mas um ano depois já eram 6,7 mil.

O modelo, na cor cinza claro ou escuro, tinha uma antena retrátil no topo do dispositivo. Com tecnologia flip, trazia um teclado retroiluminado. O pequeno visor, com caracteres verdes, mostrava apenas o identificador de chamadas e os números discados, apresentando sete dígitos e alertas do sistema, além da agenda telefônica. O dispositivo, de 22,8 centímetros e 348 gramas, se encaixava em uma base para ser carregado e sua bateria durava cerca de duas horas, com o celular ativo, e 15 horas, em modo standby. No lançamento, ele custava entre 500 a 750 cruzados. A linha telefônica, por sua vez, custava algo em torno de 350 ou 450 cruzados. Nos EUA, o celular era vendido entre US$ 2,5 mil e US$ 3,5 mil, com um modelo similar chamado MicroTAC 9800X.

NEC

No mesmo ano em que chegou o Motorola PT-550 ao Brasil, a japonesa NEC (Nippon Electric Company) traz para o país o NEC EZ-2400-A, que dizem ser o primeiro celular comercializado no País. Ele vinha conectado a uma caixa retangular, que lembrava uma maleta, podendo ser transportado com uma alça pendurada no ombro. O dispositivo podia fazer uma conferência com outros três aparelhos ao mesmo tempo, transferir ligações para outros números e dispunha da função “não me perturbe”.

O EZ-2400-A foi utilizado no dia 30 de dezembro de 1990, nos testes da rede da Telerj, em uma ligação feita por Joel Marciano Rauber, na época secretário nacional de comunicações, para Ozires Silva, ministro da Infraestrutura do governo do ex-presidente Fernando Collor. “Ministro, com muita satisfação, nós estamos ligando aqui do Rio de Janeiro, no Aterro do Flamengo, que seria a primeira ligação teste do sistema de telefonia móvel do Brasil”, disse Rauber, ao telefone.