O mercado pode esperar uma nova onda de produtos com o uso do sandbox regulatório. Na opinião de Carlos Eduardo de Almeida, assessor da Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, quem vai dar o empurrão será o Open banking, seguido pelo Open finance. “Quando você começa a trazer o cliente para o centro de atenção, as empresas têm que repensar os produtos que vão oferecer. Há um deslocamento do eixo de atenção e isso só pode trazer ganhos”, afirmou Almeida no webinar “Sandbox Regulatório”, organizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), nesta quinta-feira, 1. “Após a primeira onda (de Sandbox), vimos os mesmos produtos, de forma mais barata. Agora virão novos produtos e daqui a bem pouco tempo”, previu.

Solange Paiva Vieira, superintendente Susep (Superintendência de Seguros Privados), lembrou que, apesar de estar na posição de reguladora, já tem visto esta nova onda chegando no setor de seguros. “Com a Uber, estamos entendendo que o seguro não é mais do carro, e sim da pessoa. Isso é um novo produto. Temos projetos de seguros de animais de estimação, bicicletas, patinetes e até seguro cibernético. É um mundo que pode surgir”, disse.

A Susep já está na fase de seu segundo Sandbox Regulatório – o primeiro foi finalizado em dezembro de 2020 e contou com 11 projetos aprovados. Segundo Paiva Vieira, a Susep espera publicar o edital em agosto deste ano, e o resultado em dezembro. “Tivemos uma redução de capital mínimo e nosso prazo máximo para permanecer em sandbox é de 36 meses. Nossa expectativa são projetos inovadores como operadoras remotas – temos um caso, por exemplo, de uma empresa que conseguiu pagar um sinistro em 12 segundos por meio de IA (Inteligência Artificial)”, contou.