A operadora móvel virtual (MVNO, na sigla em inglês) Veek superou a marca de 50 mil assinantes em pouco mais de seis meses desde o seu lançamento comercial, ocorrido em fevereiro deste ano. A demanda foi acima da sua expectativa e há mais 20 mil pessoas aguardando o recebimento do SIMcard da companhia. A projeção é chegar a 100 mil assinantes até o final do ano, quando a Veek estará faturando R$ 1 milhão por mês, diz seu fundador, Alberto Blanco, em entrevista para Mobile Time.

Em sua fase beta, iniciada em junho 2017, a Veek trabalhava com um modelo de marketing multinível, em que os próprios usuários convidavam outros e recebiam um pequeno percentual sobre as recargas feitas por eles. A proposta não obteve o sucesso esperado, o que fez a companhia mudar de estratégia.

“A estrutura com marketing multinível e influenciadores digitais não estava redonda. Havia dificuldade para a pessoa virar cliente. Batemos bastante cabeça no segundo semestre de 2017”, recorda o executivo. “Em fevereiro de 2018 fizemos o lançamento comercial com um novo modelo a partir de uma série de aprendizados: retiramos a necessidade de indicação para virar cliente e paramos de trabalhar com o marketing multinível. Hoje o cliente baixa o app e através dele solicita o SIMcard, que enviamos gratuitamente para a sua casa. O usuário faz a ativação e vira nosso cliente sem atrito ou dificuldade”, descreve. Mais de 125 mil pessoas já baixaram o app e 80 mil solicitaram o SIMcard.

Blanco diz que o custo de aquisição de novos clientes da Veek é mais de 95% inferior àquele das operadoras tradicionais. “Temos um custo de aquisição muito competitivo. Pelo menos 20 a 30 vezes mais baixo que o de uma operadora tradicional. Não temos lojas gigantescas. Não compramos mídia tradicional. Nosso crescimento é todo digital. É uma operação muito enxuta. E passamos esse beneficio ao máximo para o nosso cliente”, explica.

Modelo de negócios

A Veek opera somente com planos pré-pagos. A recarga mínima é de R$ 20 e é feita através do app, com cartão de crédito, ou pelo site, com cartão de débito. Em breve será possível também recarregar com boleto bancário ou transferência bancária.

Toda recarga é transformada em “Veek Coins”, uma moeda para o pagamento dos serviços da Veek. A conversão varia de acordo com o valor da recarga. Ao recarregar R$ 20, ganham-se 20 Veek Coins. Com R$ 30, recebem-se 40 Veek Coins. E com R$ 40, 80 Veek Coins. Os preços dos serviços são fixos: 0,1 Veek Coin por minuto de ligação e 0,2 Veek Coin a cada 10 MB trafegados. Os créditos em Veek Coins são descontados conforme o uso. A Veek não cobra pelo uso do WhatsApp, que é ilimitado até para chamadas de voz.

Blanco afirma que se o assinante de outra operadora fizer as contas de quanto usa e de quanto gasta por mês, descobrirá que desembolsaria de 30% a 40% a menos com a Veek. “As operadoras apostam que o cliente vai estar no plano errado. Ou paga mais do que usa, ou usa mais do que o plano permite e acaba pagando uma taxa adicional. A nossa proposta é que todo usuário sempre estará no plano certo. É uma mentalidade completamente diferente das outras operadoras. Nosso cliente nunca vai ter a sensação de que está no plano errado”, compara.

Sobre o fato de as operadoras tradicionais terem adotado a oferta de voz ilimitada, Blanco comenta: “Lançaram voz ilimitada quando ninguém mais queria usar voz. Nós damos WhatsApp ilimitado”.

O executivo diz que sua receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) está acima da média das operadoras tradicionais. “A gente limpa a base. Não tenho intenção em competir por market share com ninguém”, argumenta.

Rodada de investimento

A Veek se prepara agora para passar por uma primeira rodada de investimento. O objetivo é levantar cerca de R$ 5 milhões para ajudar na expansão da empresa. “Queremos gasolina para decolar. O dinheiro será para o crescimento da empresa”, explica.