O aplicativo de viagens Omio (Android, iOS) foi lançado oficialmente para o mercado brasileiro nesta quarta-feira, 1. Com a proposta de ser uma plataforma multimodal para o consumidor, o app começa após um soft launch iniciado em julho e tem como principal atrativo a ampla gama de parcerias.

De acordo com o gerente geral da empresa para o Brasil, Vitor Lalor, a plataforma começa com 300 empresas de ônibus associadas e as três principais companhias aéreas. Além disso, Mobile Time checou e o app possui uma parceria para oferta de hospedagens com o Booking.com (Android, iOS).

Lalor explica para este noticiário que o acordo com Booking.com é comercial, funciona em todos os países em que atuam e as acomodações aparecem conforme o destino pesquisado. O executivo disse que a Omio está presente em 46 mercados de Europa, América do Norte e Sudeste Asiático, sendo o mercado europeu o mais forte para a empresa.

Apesar de existir há dez anos, ter presença nesses quatro continentes, 1 bilhão de usuários anuais e vender uma passagem a cada dez segundos, a empresa chega ao Brasil somente agora, mas quer atuar de forma racional e mirando o longo prazo: “O que posso dizer é que o Brasil vem sendo estudado pela Omio. Queremos ser um ator relevante nos próximos anos. Não viemos passear no Brasil, ele pode se tornar um mercado relevante”, diz o executivo.

Omio multimodal

Omio

Tela do app da Omio (site/divulgação)

No Brasil, a companhia começa com uma agenda agressiva de promoções. Na primeira hora da manhã, o app estava com descontos de viagens na casa dos 10%. Depois do lançamento oficial na hora do almoço, o usuário recebia voucher com 50% de desconto. E a taxa de conveniência na compra de passagens está zerada até o próximo domingo, 5.

Lalor conta que a principal aposta da OTA (Online Travel Agency) para o mercado brasileiro é na venda de passagens de ônibus, segmento que atualmente tem 35% das vendas pela Internet e pode crescer em sua visão. Mas também acredita que oferecer multimodal (ou seja, aéreo + ônibus), a empresa ganha uma vantagem competitiva ante as rivais por conseguir atingir lugares turísticos mais distantes ou sem voos diretos – lugares esses que colaboram para o Brasil ter R$ 200 bilhões de receita anual, de acordo com o ministério do Turismo.

Na oferta desenhada, o gerente geral prevê que o app funcionará especialmente nas localidades onde a malha aérea não chega, como é o caso de:

  • Gramado/RS;
  • Búzios/RJ;
  • Paraty/RJ;
  • Chapada Diamantina/BA;
  • Lençóis Maranhenses/MA;
  • Bonito/MS.

Para os operadores de ônibus, a empresa acredita que o relacionamento com o cliente e o arcabouço de informações de dados históricos são dois aspectos chaves para o desenvolvimento de seus negócios locais. Para isso, a empresa se apoia na Rome2Rio, o seu braço de dados e pesquisa de mercado com dados baseados em informações internas e externas, inclusive do Brasil; e nos serviços que podem oferecer para incrementar as vendas.

“Quando pensamos em marketplace, pensamos no tripé empresa, oferta e consumidor. Temos um volume de dados interessante de venda, pesquisa e interesse. Temos possibilidade de ações de marketing em conjunto com os operadores (de ônibus)”, explica.

Estrutura

Omio

Vitor Lalor, gerente geral da Omio para o Brasil (divulgação)

Com equipe dedicada trabalhando remotamente, sem um escritório local, a empresa com sede na Alemanha (conforme documentação de seu site) traz soluções locais ao app, como o Pix integrado entre as opções de pagamento, suporte dedicado e o app completamento tropicalizado.

No back-end, a plataforma tem robustez com inteligência artificial com uso interno, como fluidez para todas as fases do fluxo de reserva, da pré-reserva da passagem, compra e pós-venda. E o usuário comum tem um agente de atendimento que o auxilia no suporte.

Na Europa, a companhia tem eSIM como parte das ofertas de viagens. Inicialmente, essa tecnologia não está sendo oferecida para o brasileiro. Mas há planos para trazer a solução.

Lalor descarta no momento aderir a outros modais de transportes, como carona e last mile (patinete, carro) por focar em viagens de longa distância. Também afirmou que a estratégia é app e site e não deve aderir a outros canais de venda e atendimento, como o WhatsApp, neste começo.

“Precisa ser bom para o consumidor [o uso de novos canais]. Precisamos entender aquilo que faz diferença para o cliente, o que ele vai achar e entender diferencial e aí faremos. Se não, a gente não faz. Então, nós não somos movidos pelo hype. Somos movidos pelo consumidor”, completa.

 

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