Plataforma se especializou em ciclismo, corrida e natação, mas pode ser usada para o monitoramento de atividades físicas de outros esportes

O Brasil representa 10% do mercado global do Strava (Android, iOS), aplicativo de monitoramento de atividade física. Suas especialidades são corrida, bicicleta e natação. E é o mercado que mais cresce para a plataforma. Atualmente, no País, são 4 milhões de usuários que, empolgados, interagem na rede social de atletas: o brasileiro é o público que mais dá kudo (o equivalente a curtir) e o que mais comenta – possuem 2,3 vezes mais seguidores do que a média global e três vezes mais kudos recebidos do que a média mundial.

“Vocês são ativos, muito sociáveis e têm um gosto pela tecnologia, quesitos que são importantes para o Strava”, comenta diretor de mercados internacionais Simon Klima. “Além do mais, corrida e ciclismo são esportes populares no País, portanto, o Brasil é um dos mercados mais importantes para a plataforma. É um casamento bem-sucedido”, brinca Klima que, junto com o country manager Guilherme Guimarães, conversou com jornalistas durante um café da manhã, no Rio de Janeiro, recentemente.

A plataforma possui mais de 34 milhões de usuários, e a região com mais usuários é a América do Norte, embora aproximadamente 80% estão fora desta região. Em seguida, está o Reino Unido e, logo atrás, querendo dar um sprint para alcançar, o Brasil. Por aqui, já foram registradas mais de 90 milhões de atividades e o Strava está presente em 5 mil cidades por meio de seus atletas. São Paulo tem a maior presença, com 381 mil pessoas que inseriram atividades na maior cidade do país; em seguida está o Rio de Janeiro, com 171 mil; e, em terceiro, com 121 mil, o Distrito Federal.

Guilherme Guimarães, coutry manager no País e Simon Klima, diretor de mercados internacionais da plataforma Strava

60% são homens, 22,19%, mulheres, porém, como informar o sexo não é obrigatório, 17,78% não declararam.

Quanto ao sistema operacional, no Brasil, 70,32% são usuários de Android; 21,40%, de iOS; e 7,28% usam a web.

Strava Metro e business data

Os dados coletados pelo aplicativo são muitos. Essas informações acabaram por transformar a plataforma do segmento Saúde, ou Esporte, em um enorme banco de dados sobre esporte, mas também sobre mobilidade urbana. Os números permitem que a empresa forneça dicas, como qual o volume de treino é necessário para um atleta correr a Maratona do Rio abaixo de 4 horas, por exemplo, mas também as áreas mais movimentadas de uma cidade em números de ciclistas e pedestres, de modo a sugerir investimento em infraestrutura para esse público nessas áreas.

Não à toa a plataforma desenvolveu um produto para analisar essas informações e vendê-las para autoridades locais. O Strava Metro agrega e “anonimiza” os dados gerados por pedestres e ciclistas que navegam pelas cidades. Com isso em mãos, faz parcerias com departamentos de transporte e grupos de planejamento urbano para melhorar a infraestrutura para ciclistas e pedestres.

Klima admite que o Strava está também no “Data Business”. “Estamos no segmento de coleta e uso de dados. Há uma infinidade de opções para o uso dessas informações. Nossa principal meta é servir o atleta da melhor forma possível. Como aprimorar a experiência desse usuário, como melhorar sua performance. Mas também temos, aqui, uma ferramenta para ajudar autoridades locais com as nossas informações. Com os dados de navegação que temos, podemos entender o que as pessoas estão fazendo, como elas usam as infraestruturas locais, como as pessoas estão ativas em suas cidades. As autoridades locais poderão tomar decisões baseadas no que está acontecendo nas ruas”, explica Klima.

Panorama geral

Para se ter uma ideia, são mais de 34 milhões de atletas usando o Strava em 195 países. Desses, 1,1 mil são profissionais. No geral, 33% são ciclistas, 28% corredores e 23% são de “múltiplos esportes”, como são classificados. Além disso, os usuários da plataforma compartilham mais de 4 milhões de fotos por semana. E 2,3 bilhões de kudos, as curtidas da ferramenta, foram dados entre os atletas em 2017.

“Quanto mais informações temos, melhor servimos o atleta. E isso gera mais informações, formando um ciclo positivo”, resume Guimarães.

O Strava é compatível com cerca de 300 dispositivos móveis, entre eles, o iWatch