O sistema disruptivo – voltado para viajantes aventureiros – de “venda” de casas e quartos, pagamento seguro e reviews em troca, foi desenhado para uma companhia menor do que é atualmente o Airbnb (Android, iOS), que “cresceu loucamente”, disse o seu CEO, Brian Chesky, em entrevista para Bloomberg.

“Usando uma metáfora mais precisa, é como se a gente nunca tivesse construído a fundação (da empresa)”, complementou.

Chesky falou tendo como referência o ano de 2023, que não foi nada fácil para o Airbnb. Primeiro houve o fenômeno de Airbnbust, quando houve uma queda brusca em reservas na plataforma. Na época, hóspedes reclamavam da qualidade das hospedagens e das várias taxas extras que aumentavam consideravelmente o valor da moradia, enquanto os anfitriões reclamavam da queda brusca de reservas.

Na mesma época, o Vrbo, rival do Airbnb, lançou um programa de fidelidade, que há tempos era esperado na plataforma de Chesky. E, para completar, em setembro, Nova Iorque restringiu ainda mais as regras para aluguéis de curto prazo, um mercado que representava para a empresa 80% do seu negócio.

Ainda em setembro, o Airbnb lançou uma série de novidades em sua plataforma, mas o CEO se viu encurralado entre as demandas de hóspedes – que queriam gastar menos e ter mais garantias de receber uma moradia melhor – e anfitriões – preocupados com quedas nas reservas.

Entre as melhorias apresentadas em meados do mês passado, estão preços claros com todas as taxas inclusas, tarifas noturnas mais atraentes para os anfitriões, novo sistema de verificação de anúncios e melhora do filtro. Porém, Chesky admite que as melhorias, a esta altura do campeonato, são remendos sobre fissuras mais profundas.

O executivo comentou que, antes de criar mais novidades, é importante arrumar a casa e ter certeza de que oferecem um produto com ótimo atendimento ao cliente e que são acessíveis.

Entre os desafios é voltar que os preços sejam competitivos com os hotéis e não mais caros, como acontece com frequência atualmente.