Os fabricantes de celulares presentes no Brasil estão sentindo os primeiros impactos de falta de peças vindas da China. Nesta terça-feira, 3, Mobile Time confirmou que LG, Samsung e Motorola estão com parte ou toda sua operação fabril de dispositivos móveis afetada pela falta de insumos da China, em decorrência dos resguardos com o novo coronavírus (Covid-19) no país asiático.

Motorola

Uma das paralisações é na fábrica da Flextronics, em Jaguariúna, cidade a 110 quilômetros de São Paulo. Produtora de smartphones da Motorola, a unidade está com 80% de sua atividade principal paralisada devido à falta de peças que deveriam chegar da China, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna e região. Como resultado, a companhia deu férias coletivas de 15 dias a seus funcionários e ampliará para mais 15 dias aos trabalhadores com horas e férias acumuladas.

Procurada por esta publicação, a Motorola não quis se posicionar. A fábrica tem 4 mil funcionários.

Samsung

A fábrica da Samsung em Campinas, cidade a 80 km da capital, está com a operação de tablets parada, como explicou o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região. A empresa teve um breve período de pausa entre os dias 12, 13 e 14 de fevereiro, mas voltou à produção no dia 15 de fevereiro. No entanto, a equipe que fabrica os tablets foi realocada para os times de notebooks e smartphone para que os trabalhadores não ficassem ociosos.

Após reunião desta terça-feira, o Sindicato confirmou que os trabalhadores da Samsung farão escalas nos próximos sábados, até o dia 21 de março. Contudo, haverá reunião entre a companhia e os representantes sindicais no próximo ao dia 21. A ideia é avaliar se haverá nova pausa na unidade fabril da sul-coreana.

Em nota, a Samsung informou ao Mobile Time que que “as fábricas de Campinas e Manaus operam normalmente”. Vale dizer, o Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus foi procurado, mas não respondeu ao contato até o final desta reportagem.

LG

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindmetau) confirmou um período de férias coletivas para o time que trabalha na montagem de celulares a partir do dia 2 de março, última segunda-feira. Ao todo, 200 funcionários ficarão em casa no período. A paralisação não afeta a equipe que trabalha na fabricação de monitores.

Em nota, a LG confirmou a paralisação na fábrica localizada a 127 km de São Paulo. E diz que “está monitorando a situação de perto com o objetivo principal de minimizar o impacto para nossos clientes e colaboradores em todo o mundo”.

Outras fabricantes

Em Extrema, cidade a 483 km de Belo Horizonte, a fábrica da Multilaser teve apenas um funcionário vindo da China com um quadro gripal, mas foi constatado que era uma gripe simples e a operação não precisou ficar parada, informou o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Extrema, Itapeva e Camanducaia (Stimeic).

A fábrica da Foxconn em Jundiaí, cidade da região de Campinas, não parou neste período de crise. Essa planta fabrica smartphones da Apple e da Asus. Esta última confirmou que não teve impacto.

A unidade da Positivo em Manaus também não teve impactos, de acordo com a empresa. E a TCL ficou de confirmar se há impactos nas atividades. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Cajamar, não há alterações na unidade fabril.