Como já era esperado, o mês de junho marcou o momento em que a tecnologia 4G passou a responder por mais da metade (50,29%) da base móvel total do Brasil. Segundo dados da Anatel divulgados nesta sexta-feira, 3, o LTE somou 118,226 milhões de acessos no fim do primeiro semestre, um aumento de 2,22% – não tão expressivo quanto o de maio, mas se convertendo em 2,563 milhões de adições líquidas somente no mês. Comparado a junho do ano passado, o aumento foi de 46,76%, ou 37,666 milhões de adições líquidas.

Essa base aumentou quase oito vezes (686,74%) desde junho de 2015, quando havia apenas 13.165.232 de acessos 4G no País – e quando, pela primeira vez no mercado nacional, a tecnologia 3G iniciou sua trajetória de queda. O crescimento exponencial se reflete no avanço do mercado pós-pago (veja mais abaixo), mas está acompanhado da disponibilidade de infraestrutura. Segundo números da associação de operadoras Telebrasil, divulgados nesta semana, o LTE está disponível em 4.071 municípios, um avanço de 53% em relação ao primeiro semestre de 2017.

Inicialmente com a frequência de 2,5 GHz em 2012, as empresas começaram a utilizar o refarming da faixa de 1.800 MHz (antes destinada à 2G) para expandir a cobertura e o alcance em 2016, e desde o ano passado, adicionaram o espectro de 700 MHz liberado após o desligamento da TV analógica nos grandes centros urbanos. Com mais frequências, as empresas passam a disponibilizar a agregação de portadora (LTE-Advanced), embora a quantidade de acessos na chamada 4,5G não seja discriminada no balanço da Anatel.

Olhando a base LTE de junho por grupo, a Claro foi a que mais adicionou acessos no mês: 1,123 milhão a mais, totalizando 27,291 milhões de chips e aumentando sua participação no mercado 4G – de 22,62% em maio para 23,08% em junho. A empresa do grupo América Móvil ainda está atrás da Vivo, com 38,843 milhões de linhas (aumento de 1,77% no mês) e market share de 32,86%; e da TIM, que conta com uma base de 31,313 milhões de conexões (avanço de 1%) e 26,49% do mercado.

No comparativo anual, entretanto, quem se destaca ainda é a Oi: a empresa adicionou 387,5 mil linhas no mês, mas em relação a junho de 2017, foram 7,578 milhões de adições líquidas, o que representa um avanço de 63,33% (a empresa fechou o semestre com 19,544 milhões de acessos). A Nextel ampliou seu crescimento líquido em junho ao aumentar 5,60% de sua base, que totaliza 1,232 milhão de acessos.

Outras tecnologias

A base total 3G ainda tem 69,590 milhões de conexões, desligando 2,505 milhões de linhas no mês (queda de 3,48%) e 34,486 milhões em 12 meses (redução de 33,14%). Com números de desligamentos próximos aos de adições do LTE, nota-se que é provável que a base WCDMA esteja migrando para a 4G. Porém, o GSM (2G) também continuou a cair: 595,2 mil desconexões no mês (variação negativa de 2,10%) e 12,235 milhões comparado com junho do ano passado (30,59% de queda).

Por haver mais desconexões em 3G e 2G do que adições em 4G, a base brasileira total caiu 394,2 mil acessos em junho (0,17%), somando 235,076 milhões de chips. Comparado ao ano anterior, a redução é de 7,039 milhões de linhas, ou 2,91%. Já a tecnologia máquina-a-máquina (M2M) encerrou o mês com 16,917 milhões de acessos, um aumento de 1,22%. Desse total, 9,244 milhões eram de M2M Padrão, com intervenção humana (máquinas de POS, por exemplo), e 7,672 milhões eram de M2M Especial (sem intervenção humana). As duas categorias adicionaram pouco mais de 100 mil acessos cada no mês.

Ressalta-se que a Anatel corrigiu os números de maio relativos às tecnologias GSM e M2M Especial, modificando o total daquele mês, que passou a ser de 235,470 milhões – cerca de 19 mil a mais do que o divulgado originalmente. Todas as adições na correção nesse mês foram de acessos pós-pagos da MVNO Porto Seguro.

Pós-pago mantém ritmo

Já considerando o ajuste, a base pós-paga aumentou 0,38 ponto percentual e fechou o semestre em 39,64% de share. No total, essa modalidade tinha 93,185 milhões de contratos, um aumento de 0,79% no mês e de 13,74% no ano. Já em julho, essa base deverá atingir os 40% do total de acessos. Vale também comparar com junho de 2015, quando as linhas com contrato eram apenas um quarto (25,15%) do total brasileiro.

Entretanto, o pré-pago continua dominando o mercado brasileiro, com 60,36% de participação e um total de 141,890 milhões de linhas, mas a modalidade apresenta redução contínua na base desde março de 2016. Em junho, foram 1,123 milhão de desconexões, uma redução de 0,79%. Comparado ao ano anterior, o decréscimo da base é de 11,42%.