A MediaTek terminou o primeiro semestre de 2020 com 26 handsets lançados com seus processadores na América Latina. Com isso, a companhia ampliou a sua liderança no mercado de chipsets para smartphones no segundo trimestre deste ano, passando a ter 37,46% de market share, segundo a IDC. No Brasil, a empresa também está em primeiro lugar, com seus processadores presentes em 39,79% dos smartphones lançados no País.

Os dados foram compartilhados por Samir Vani, country manager da fornecedora. Em conversa recente com Mobile Time, o executivo reconheceu que a crise do novo coronavírus e o câmbio afetaram um pouco as vendas, em especial da primeira quinzena de março até o começo de abril. Mas o mercado mobile voltou a ficar aquecido e, agora, a MediaTek deve manter a programação das vendas até o final de 2020, e recuperar as receitas perdidas até o final do ano.

“Estamos mais otimistas neste momento. Nossa expectativa é recuperar a perda que tivemos em um mês e meio até o final do ano. Com expectativa similar (de crescimento) ao final do ano passado. O mercado vem respondendo bem nas últimas semanas e últimos meses”, disse Vani. “Ao longo do semestre chegou a pandemia. Num primeiro momento, os players tinham um problema de venda pontual. Na primeira quinzena de março até o começo de abril teve uma queda muito forte. Mas a maioria dos nossos parceiros procuravam como aumentar a meta inicial”, complementou.

Com relação ao tipo de rede dos celulares, o executivo explicou que a maioria (aproximadamente 95%) dos dispositivos que chegaram ao mercado no primeiro semestre estavam habilitados para a rede 4G, mas ainda houve uma demanda pequena (5%) para o 3G.

O novo mobile

O gestor da fabricante de processadores endossou a recente fala de Norberto Maraschin, vice-presidente da Positivo, que haverá mudança no comportamento do usuário móvel. Vani foi além e previu as eventuais mudanças nos smartphones. Se nos últimos dois anos as evoluções nos smartphones estavam no desenvolvimento da inteligência artificial (IA), na melhoria no consumo de bateria e nas câmeras, agora, o receio ao toque deve acelerar a adoção de tecnologias como reconhecimento fácil, leitura digital e tecnologias de pagamento.

“Percebemos que a pessoa (comum) tem fobia de pegar no cartão e colocar na maquininha. O contactless deve crescer cada vez mais. Sim, isso depende da estrutura, da maquininha, até dos totens de atendimento e de pagamento (sem contato, sem pessoas)”, prevê o executivo.

“Além disso, o 5G guiará muitas aplicações no mobile para os próximos anos. As telas serão maiores, inclusive o dobrável no smartphone e nos PCs. E a inteligência artificial ganhará mais poder, ficará mais inteligente e vai auxiliar cada vez mais em áreas específicas, como no uso da câmera, no tratamento de imagem de TV e no consumo de bateria”, completou.