O Idec apresentou nesta sexta-feira, 3, uma série de sugestões para melhorias no Pix e no Gov.br (Android, iOS). As duas principais sugestões do documento são as criações de alternativas ao reconhecimento facial para acessos avançados (prata e ouro) no app governamental e o desenvolvimento do Pix Offline.
Sobre alternativas ao reconhecimento facial, o instituto parte do pressuposto que “mecanismos de autenticação devem ser seguros, acessíveis e respeitosos às diferentes identidades e condições da população”. Para isso recomenda criar “campanhas para o aumento de autenticação de duplo fator” e desenvolver uma governança central com intuito “de revisar e aprovar o nível de autenticação exigido por cada serviço, conforme o risco e o nível de sensibilidade dos dados ou operações envolvidas, evitando excessos e garantindo coerência”.
Em relação ao Pix, o Idec acredita que a falta de uma opção offline (quando o usuário está sem ou tem limitações no acesso à rede) impede cidadãos de acessarem infraestruturas públicas digitais (IPDs). Lembra ainda que o IBGE estima que 20 milhões de brasileiros ainda não acessam à Internet.
“Há desafios importantes relacionados à conectividade da população brasileira que não deveriam impedir avanços na inclusão financeira”, diz trecho do documento do instituto. Com isso, o Idec recomenda a “priorização do Pix Offline na agenda evolutiva do Pix, como medida essencial para assegurar a plena acessibilidade digital”.
Outras sugestões do estudo para o Gov.Br envolvem:
- Criar um canal exclusivo de suporte a vítimas de fraude, pois a plataforma do governo não tem atualmente esse espaço para o cidadão;
- Desenvolvimento do Gov.Br Offline para pessoas com limitações de conectividade;
- Expansão do Balcão Gov.Br para garantir a acessibilidade a grupos que enfrentam barreiras, como ausência de equipamentos compatíveis e falhas no reconhecimento facial para pessoas racializadas e trans.
Para o Pix, as outras sugestões são:
- Trazer mais governança participativa para o Fórum Pix, uma vez que o Idec é a única organização da sociedade civil no grupo;
- Criar um ranking de instituições financeiras com altos índices de fraudes e golpes para indicar ao público quais bancos concentram mais ações fraudulentas.
O estudo completo ainda não foi publicado, mas o sumário executivo pode ser acessado por meio deste link.
Imagem principal: Ilustração produzida por Mobile Time com IA