A Activision Blizzard confirmou na noite da última segunda-feira, 2, a compra da desenvolvedora de games móveis King Digital Entertainment, criadora dos famosos jogos para dispositivos móveis Candy Crush Saga e Candy Crush Soda, por US$ 5,9 bilhões – o valor da start-up no mercado é estimado em US$ 5 bilhões.

O anúncio coincidiu com a divulgação do relatório financeiro do terceiro trimestre da desenvolvedora de jogos norte-americana, que relata um lucro de US$ 697 milhões e crescimento de 38% em relação ao mesmo período em 2014.
No documento, a Activision informa que a compra da companhia europeia de jogos móveis deve-se à sua estratégia de crescimento em múltiplas plataformas, públicos, gêneros e modelos de negócios.

Espera-se que a aquisição seja finalizada até o final do primeiro semestre de 2016. Atualmente, a comunidade de usuários ativos soma 474 milhões por mês, eles usam apps da King não apenas em dispositivos móveis, mas na web também .

Engenharia financeira

Na operação, os acionistas da King vão receber US$ 18 por ação. Para chegar ao valor foi necessária uma engenharia financeira que conta com US$ 3,6 bilhões da Activision e US$ 2,3 bilhões de empréstimo no Bank of America e Goldman Sachs.

Responsável por séries de sucessos dos PCs e consoles como, Diablo, Call of Duty e Warcraft, a Activision manterá o time da start-up europeia encabeçado pelo CEO Riccardo Zanconi, com apoio do CCO Sebastian Knutsson e do COO Stephane Kurgan.

Análise

Essa aquisição entra para o rol das maiores já realizadas no setor de conteúdo móvel. Embora ainda fique loge dos US$ 19 bilhões pagos pelo Facebook pelo WhatsApp, a venda da King é seis vezes maior que a do Waze por US$ 1 bilhão para o Google ou do Instagram para o Facebook.

A King foi vendida na hora certa. Desde a série Candy Crush ela não havia conseguido emplacar nenhum outro sucesso, mas ainda conseguia manter uma expressiva base de usuários ativos por mês. Uma de suas concorrentes, a Rovio, criadora do Angry Birds, talvez tenha perdido o momento ideal para ser vendida: sem conseguir repetir o sucesso do seu principal título, começou a fazer demissões em massa este ano.