Gerenciar os gastos dos filhos com o lanche na cantina escolar e monitorar a qualidade nutricional do que eles comem é uma tarefa difícil para os pais. Com o intuito de ajudá-los nessa tarefa ao mesmo tempo em que reduz as filas nos caixas das cantinas e melhora o valor nutricional do cardápio, a startup brasileira Nutrebem criou uma solução de conta digital para os alunos usarem na hora da merenda. Sua plataforma é usada hoje por mais de 300 escolas e 35 mil alunos. A expectativa é de cruzar a marca de 50 mil estudantes neste primeiro semestre e alcançar 400 escolas até o final do ano, revela o CEO e cofundador da Nutrebem, Henrique Mendes, em conversa com Mobile Time.

Henrique Mendes, CEO e fundador da Nutrebem

“Quando a criança sai da educação infantil onde tem um lanche fixo e se depara com uma  cantina com centenas de produtos, isso gera muita insegurança nos pais. É uma insegurança financeira e nutricional. Vai dar dinheiro em espécie para a criança? Será que ela vai gastar no baleiro? Ou vai pagar os lanches dos amigos?”, comenta Mendes.

Para resolver esse problema, a Nutrebem desenvolveu um app para os pais gerenciarem a alimentação dos filhos na escola. Ele funciona como uma conta digital cujo saldo serve unicamente para ser gasto na cantina. A conta é carregada através de cartão de crédito ou boleto bancário pelo app, ou com dinheiro vivo diretamente na cantina. Os responsáveis podem definir um limite diário de quanto a criança pode gastar. Esse limite pode variar de acordo com o dia da semana, sendo maior quando o estudante precisa almoçar na escola, por exemplo.

O cardápio da cantina está disponível para consulta no app, com os alimentos classificados de acordo com o seu valor nutricional (pouco, moderado ou muito nutritivo). A startup já cadastrou mais de 4 mil produtos diferentes. Através do aplicativo os pais podem customizar o cardápio da criança, definindo quais alimentos ela pode ou não comprar. Uma vez por semana é enviado um email para os pais com um resumo nutricional do que a criança comeu nesse período na cantina.

A adoção da plataforma acaba levando as cantinas a melhorarem a qualidade nutricional dos seus cardápios por demanda dos pais. Isso não significa excluir completamente os alimentos pouco nutritivos, ou “thrash”, mas reduzir a sua proporção dentro da oferta aos estudantes, ao mesmo tempo em que aumenta aquela dos nutritivos. Escolas que usam a Nutrebem há dois anos tinham no começo apenas 8% ou 9% de produtos muito nutritivos em seus cardápios e agora têm 37%, em média.

Atendimento

Para a utilização da conta digital, a Nutrebem instala na escola terminais de autoatendimento nos quais as crianças realizam os seus pedidos. Através de um login composto de três letras e a inserção de uma senha de quatro dígitos, o aluno se autentica na sua conta e consegue realizar o pagamento. O terminal emite um comprovante com os produtos comprados e o nome da criança, que deve ser entregue na cantina para a retirada do pedido. Segundo Mendes, o uso do sistema torna o processo de compra quatro vezes mais rápido do que com o pagamento feito em espécie. Em média cada aluno leva de 11 a 12 segundos para realizar seu pedido pelo terminal de autoatendimento, enquanto no caixa tradicional são 45 segundos, afirma. A agilidade reduz as filas nas cantinas. A Nutrebem recomenda a instalação de um terminal para cada 500 alunos. Há escolas com oito máquinas em funcionamento.

Estudantes solicitando seus lanches em terminais de autoatendimento em uma escola

A cantina, por sua vez, tem acesso a um painel de gestão integrado ao terminal de autoatendimento. Ali ela atualiza a disponibilidade de produtos em seu estoque. E consegue também verificar a frequência de consumo por série.

Terminal instalado no balcão de uma cantina

Números

A adesão dos pais à plataforma varia de escola para escola. Nos piores casos fica entre 15% e 20%, e nos melhores chega a 70%. Na média, 30% aderem. O valor médio depositado por semana em cada conta digital é de R$ 98.

Modelo de negócios

A Nutrebem cobra da cantina um aluguel pelo uso de cada terminal de autoatendimento e também uma taxa por cada transação realizada através do sistema. Os pais, por sua vez, pagam uma tarifa a cada depósito na conta através do app. Não há cobrança se o carregamento for feito diretamente na cantina.

Mendes acredita que a Nutrebem pode servir de diferencial para escolas atraírem novos alunos, pois hoje em dia os pais não analisam apenas o método pedagógico na escolha de um novo colégio, mas vários outros fatores, incluindo a alimentação.

Tela Viva Móvel

O CEO da Nutrebem fará uma palestra sobre “Como a adoção de uma carteira digital pode melhorar a alimentação de estudantes nas cantinas escolares” durante o Tela Viva Móvel, no dia 4 de maio, no WTC, em São Paulo. A Nutrebem será uma das startups presentes na agenda do evento, que é focado em inovação através do  mobile. Já estão confirmadas também palestras do CMO da Pier, Lucas Prado; do CEO e fundador da Popsy, Jean-Marie Truelle; e do CEO e fundador da Turbi, Diego Lira. O Tela Viva Móvel contará também com a participação de executivos de grandes marcas, todos trazendo cases de inovação, dentre as quais General Motors, MRV, Oi e Vivo. A programação atualizada e mais informações estão disponíveis em www.telavivamovel.com.br, ou pelo telefone 11-3138-4619, ou pelo email [email protected].