Nokia e Samsung concordaram em estender por mais cinco anos, a partir de janeiro de 2014, seu acordo para uso de patentes móveis. O contrato diz respeito ao uso de patentes da Nokia em produtos da Samsung. O acordo anterior venceria no fim deste ano. O valor a ser pago pela Samsung à Nokia será acertado durante um processo de arbitragem, cuja conclusão é prevista para meados de 2015.

Em comunicado à imprensa, a Nokia ressalta que seu portfólio de patentes não está incluído entre os ativos vendidos para a Microsoft. Ou seja, a empresa continuará negociando as licenças de uso de suas patentes móveis com terceiros.

Análise

A guerra por patentes móveis viveu seu clímax recentemente, com a briga entre Apple e Samsung, que teve como cenário tribunais de vários países. A disputa ali era em torno do design de tablets e outras querelas. Antes, houve um capítulo importante entre Nokia e Qualcomm, envolvendo o padrão CDMA. E não se pode esquecer da Microsoft, que conseguiu arrancar de vários fabricantes de smartphones Android acordos para o pagamento de uma pequena taxa por aparelho produzido, com o argumento de que o sistema do Google infringiria algumas de suas patentes. Diz-se que parte do aperto financeiro da HTC estaria relacionado ao acordo firmado com a Microsoft.

O comunicado da Nokia indica que a empresa vai continuar lutando para gerar receita com seu portfólio de patentes. O fato de não fabricar mais smartphones depois da venda para  a Microsoft na verdade a deixa ainda mais à vontade nessa guerra, afinal, não terá mais um telhado de vidro para ser atingido de volta. Explica-se: todo smartphone, para ser produzido, depende de milhares de patentes, detidas por diversas empresas. Quando alguém decide exigir pagamento de uma licença, corre o risco de receber um contragolpe, pois os concorrentes também possuem patentes que, eventualmente, estão sendo usadas por quem iniciou a briga. Uma carteira grande de patentes é um ativo valioso hoje em dia. Diz-se que a principal razão para a compra da Motorola pelo Google teria sido o seu portfólio de patentes em mobilidade. Parece até uma corrida armamentista, com fabricantes se armando com patentes de todos os lados. Quem ataca precisa confiar muito no seu taco. Ou não ter nada para ser quebrado de volta, como passará a ser o caso da Nokia, ou do que sobrar dela, após a venda para a Microsoft.