A Vivo pedirá uma licença para oferta de crédito para o Banco Central do Brasil. O anúncio foi confirmado por Ricardo Hobbs, vice-presidente de estratégia e novos negócios da operadora nesta terça-feira, 5. Durante o Vivo Day, evento organizado pela operadora para analistas e investidores de mercado financeiro, o executivo revelou que o pedido para ser uma sociedade de crédito direto (SCD) será feito em até um mês.

O prazo para liberação pode demorar até um ano, estima Hobbs. Mas isso não muda a estratégia de produtos financeiros, que atualmente está sendo combinada em um hub dentro do app Vivo (Android, iOS) com a marca Vivo Pay. Mas acredita que trará redução de custos à operação da fintech.

Entre os serviços financeiros que podem ser ofertados a partir da nova licença, Hobbs citou principalmente a antecipação de saque FGTS, Pix parcelado (BNPL), crédito com garantia, crédito colateralizado (ativo como garantia) e consórcio.

Segundo Christian Gebara, CEO da Vivo, o intuito não é ser um banco. A operadora quer “mais flexibilidade para poder oferecer outros serviços financeiros”, além da oferta de crédito (pessoal e cartão) e seguros, algo que não conseguiriam com o formato atual que é baseado em BaaS. Porém, Gebara rechaçou a ideia de entrar no mercado de adquirência mais adiante.

Em 2023, a operação financeira da Vivo registrou R$ 403 milhões de receita, um crescimento de 23% contra R$ 295 milhões do ano anterior. Isso foi puxado por 55 mil contratações de crédito, 500 mil smartphones segurados e 241 mil cartões de crédito emitidos a partir da parceria com o Itaú.

Serviços

Christian Gebara, CEO da Vivo (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Outras duas novidades da operadora em sua frente de serviços são: o início da oferta B2B do Vale Saúde, que atualmente está apenas no B2B; e a expectativa de lançamento da joint-venture de energia com a Auren para o varejo B2B no segundo semestre de 2024.

Sobre o Vale Saúde, Hobbs afirmou que não há data de lançamento, mas confirmou que será em algum momento de 2024. O motivo para a operadora avançar no B2B é que há demanda por parte de pequenas e médias empresas que precisam oferecer um benefício para o seu funcionário.

Na JV com a Auren, Gebara afirmou que a nova empresa conseguiu todas as liberações dos órgãos, inclusive fora do País. Agora, Auren e Vivo partem para a escolha da equipe diretiva, definição da marca e início da operação.

A companhia também confirmou que levará as ofertas de serviços da casa inteligente (Vivo Guru) para outras regiões do Brasil, além de São Paulo. Segundo Rodrigo Gruner, diretor executivo de inovação, a Vivo vende atualmente os dispositivos de  IoT doméstico para todo o Brasil, mas quer oferecer os serviços no País inteiro e para o segmento B2B em breve.

Imagem principal: Ricardo Hobbs, vice-presidente de estratégia e novos negócios da Vivo (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)