Existem, hoje, cerca de 500 rádios produzidos pela norte-americana Rajant em operação no Brasil, compondo redes Mesh móveis. A grande maioria é usada por mineradoras na região Sul e Sudeste do País. A empresa espera dobrar essa base, chegando 1 mil rádios vendidos, ao longo dos próximos 12 meses, expandindo a atuação para mineradoras no Norte e para outros setores, como rodovias, ferrovias, portos e agroindústrias, informa Marx Gutiérrez, gerente geral da Sitech, distribuidora exclusiva da Rajant no Brasil.

A Rajant oferece uma tecnologia para redes Mesh móveis, o que significa que os pontos de acesso não precisam ser instalados em pontos fixos. Eles podem estar em caminhões, tratores ou qualquer outro objeto em movimento. A rede vai se adequando automaticamente aos deslocamentos, sendo ideal para ambientes em constante transformação, como minas e portos. Além disso, os rádios utilizam quatro frequências não licenciadas (900 MHz, 2,4 GHz, 4,9 GHz e 5,8 GHz), combinando-as de acordo com a necessidade.

“Nosso rádio possui inteligência para tomar a decisão de qual frequência usar. Nossa tecnologia principal é o algoritmo que orquestra o gerenciamento de frequências. Chamamos de InstaMesh. Ele dá ao operador do sistema total independência: não precisa apertar um botão para tocar a operação”, explica Joeval Martins, diretor de vendas da Rajant para a América Latina. Essa auto-organização da rede em movimento e combinando diferentes frequências faz com que seja chamada de “living network”, ou “rede viva”.

O backhaul pode ser feito com qualquer tecnologia, seja de um ponto fixo, com microondas ou fibra, ou de um ponto móvel, com satélite, por exemplo. A Rajant não fornece o backhaul, mas indica parceiros.

“A Rajant nasceu de uma demanda do departamento de defesa dos EUA para a comunicação das tropas durante a guerra do Golfo. Fomos a primeira empresa a montar uma rede Mesh totalmente móvel. Esse êxito fez com que a gente atendesse mercados estratégicos, como o de mineração”, relata Martins.

Recentemente foi aberto um centro de serviços da Rajant, em parceria com a Sitech, no interior de São Paulo, para o trabalho de manutenção dos equipamentos. É o primeiro do gênero fora dos EUA. “Isso demonstra o compromisso da marca com o mercado brasileiro”, afirma o executivo. Hoje o Brasil é o quinto maior mercado da Rajant no mundo, atrás de EUA, Canadá, Chile e Austrália.