A transição das receitas de voz para dados no setor de telefonia móvel brasileiro está acontecendo de maneira acelerada. Depois de a Vivo revelar que dados e serviços de valor adicionado (SVAs) se tornaram pela primeira vez a sua maior fonte de receita, agora é a vez de os números do balanço do segundo trimestre da TIM evidenciarem essa tendência. Em um ano, seu tráfego médio mensal de minutos (MOU) por usuário caiu 13%, passando de 137 para 119. No mesmo intervalo de tempo, o tráfego médio mensal de dados (BOU) por usuário cresceu 32% e a receita média mensal (ARPU) de dados por usuário aumentou 42%.

Na opinião do CEO da TIM, Rodrigo Abreu, o futuro da receita da companhia está em dados. "Esses resultados representam uma oportunidade. Existe muito potencial para crescimento de dados na grande massa da população brasileira", comentou o executivo durante teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre, nesta quarta-feira, 5.

O tráfego médio mensal por usuário da TIM está próximo de 500 MB e vem crescendo rapidamente, obrigando a operadora a ajustar seus pacotes para planos pré, pós e controle. Cabe lembrar que essa é a média geral de toda a base: o valor varia muito de acordo com o tipo de plano e de aparelho do usuário. Aqueles com smartphones 4G têm um consumo médio próximo a 1 GB por mês, o que é três vezes maior que aqueles com aparelhos 3G, ressalta Abreu.