A Amazon lançou recentemente a Mobile Associates API para dispositivos Android e Kindle Fire. Com ela, os desenvolvedores poderão comercializar produtos físicos e digitais da Amazon.com dentro de seus aplicativos. A iniciativa pioneira trouxe uma nova forma de monetização aos desenvolvedores e um exemplo de inovação aberta às outras empresas.

Atualmente, existem três formas básicas de monetização dos aplicativos móveis: a cobrança pelo download do aplicativo, compras in-app e a publicidade. Com o novo recurso, os desenvolvedores ganham até 6% de comissão em cima das vendas in-app por meio da Amazon. Por exemplo: um aplicativo que monitora corridas e exercícios físicos poderia oferecer a compra de tênis diretamente do site da Amazon, de forma mais integrada e rápida.

Para Kleber Bacili, CEO da Sensedia, empresa especializada no gerenciamento e exposição de APIs, a ação da Amazon pode trazer uma tendência de um novo tipo de monetização de apps. “Acredito na combinação de formas. Obviamente, para cada tipo de aplicativo diferente, há coisas que funcionam melhor do que outras. O que eu acredito bastante é na combinação de venda de produtos físicos dentro do modelo freemium, associado a outros recursos. Por exemplo, se você comprar um jogo de tabuleiro, ganha uma fase a mais no jogo digital. Essa combinação do mundo físico e digital é bem promissora como alternativa mais rentável”, afirma.

Algumas empresas que já começaram a usar a Mobile Associates API são as desenvolvedoras de apps Animoca e Spring2Partners, e a Days of Wonder, empresa que vende jogos de tabuleiro físicos e em apps. Outro recurso oferecido é a compra “1-click”, pela qual o usuário cadastrado não precisa passar pela experiência do carrinho de compras: basta clicar em comprar e o produto será debitado do cartão de crédito registrado.

O mercado de APIs está começando no Brasil, mas tem um futuro promissor, segundo Bacili. “Os Estados Unidos vêm puxando essa iniciativa de inovação aberta, com exposição de APIs. Os principais exemplos do mercado são norte-americanos, como a Amazon, redes sociais como Twitter e Facebook, serviços como Dropbox, Salesforce. Esses são excelentes exemplos de empresas que expõem APIs e fomentam o ecossistema. No Brasil, o cenário está no começo, mas é crescente. Empresas de pagamento, de envio de SMS corporativo, de software como serviço, entre outras, estão nos procurando para expor APIs de forma segura e fácil para os clientes e parceiros”, diz.