O Superplayer foi pioneiro no lançamento de um chatbot atrelado a um serviço de streaming de música no Brasil. Hoje, seu robô, que funciona dentro do aplicativo do Superplayer, do Facebook Messenger e do Slack, conversa com 100 mil pessoas por mês, com as quais troca 4 milhões de mensagens.

Atualmente, o robô atende a pedidos básicos, como tocar artistas ou faixas específicas. Mas o plano do seu CEO, Gustavo Goldschmidt, é tornar o chatbot ainda mais inteligente, capaz de atender a solicitações mais complexas, que levem em conta o contexto do usuário. Um exemplo: "Eu quero uma playlist de 20 minutos de jazz instrumental para correr". Outro: "Eu quero uma playlist pop com músicas novas da banda XYZ". Com informações coletadas pelos sensores do smartphone, o app poderia até escolher músicas cujo BPM case com os passos do usuário durante a sua corrida.

Goldschmidt participou do Bots Experience Day, evento organizado por Mobile Time esta semana, em São Paulo. Ele lembrou da dificuldade de se trabalhar a experiência do usuário a partir de um bot. Enquanto no app o foco está no design, requerendo decisões sobre layout, paleta de cores, fontes etc, no chatbot é preciso se ater à linguagem. "O foco muda do designer para o copywriter", comentou.

Na sua opinião, a definição de uma personalidade para o bot é essencial para o sucesso. O difícil, contudo, é transpor essa personalidade para a forma como o bot vai conversar. É preciso escolher com cuidado as palavras e as expressões utilizadas, assim como o tom da conversa.

O executivo recomenda que se evite dar um nome ao robô diferente daquele da empresa, se esta não for bastante conhecida pelo público. Inicialmente o Superplayer chamava seu robô de Zak, mas isso causava certa confusão com a sua marca. Por isso, agora o chatbot atende como Superplayer. Marcas globais, por outro lado, podem se dar ao luxo de batizarem seus robôs, como fez a Apple com a Siri e a Amazon com a Alexa.