A Uber divulgou o primeiro relatório de segurança no qual mais de 3 mil passageiros reportaram agressões sexuais ao longo de 2018 nos Estados Unidos. Nove usuários do aplicativo foram assassinados e 58 passageiros mortos em acidentes. De acordo com o The Guardian, ao todo, foram 229 estupros. A empresa de compartilhamento de viagens fez um total de 1,3 bilhão de viagens.

Em 2017, a empresa contabilizou 2.936 agressões sexuais relatadas durante um bilhão de viagens nos EUA. Ou seja, em dois anos, foram 5.981 mil agressões sexuais reportadas, num total de 2,3 bilhões de viagens. O Uber baseia seus números em relatórios de passageiros e motoristas, o que significa que os números reais podem ser muito maiores. Os ataques sexuais geralmente não são relatados.

Entre as agressões sexuais há beijos indesejados, ao que chamou de “parte do corpo não-sexual”, até tentativa de estupro e estupro. A maior categoria foi o toque não consensual de uma “parte do corpo sexual”, como a boca ou os órgãos genitais de alguém.

O número de acidentes fatais relacionados a viagens da Uber foi de 49 em 2017 e 58 em 2018. As estatísticas incluíram acidentes que ocorreram fora dos veículos da Uber, como quando um passageiro foi atingido após sair de uma viagem, e acidentes nos quais os motoristas da Uber não eram culpados.

“Suspeito que muitas pessoas se surpreenderão com a raridade desses incidentes; outros entenderão que ainda são muito comuns”, twittou o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, sobre o relatório. “Algumas pessoas vão apreciar o quanto fizemos em segurança; outros dirão que temos mais trabalho a fazer. Todos estarão certos”.

Ao longo de seu estudo, o Uber enfatizou que 99,9% de suas viagens foram seguras e que estava dando um passo importante ao liberar os dados em primeiro lugar.

O relatório da Uber focou-se apenas em viagens nos EUA e não nos outros 65 países onde opera

A Uber começou a examinar a questão do abuso sexual no final de 2017 e trabalhou com organizações como o Centro Nacional de Recursos de Violência Sexual para melhorar seu processo de denúncia contra violência sexual e outros problemas de segurança. Ela triplicou o tamanho de sua equipe de segurança para 300 funcionários desde 2017, de acordo com o New York Times, e deve lançar uma linha direta em parceria com a organização sem fins lucrativos Rape, Abuse and Incest National Network (Rainn).