O diretor de operações da Allied e responsável pela Trocafy, Felipe Piva, comparou o futuro das vendas de smartphones recondicionados com o mercado de carros usados. Durante o Allied Day, encontro com investidores realizado nesta quarta-feira, 6, o executivo explicou que Samsung e Apple estão fazendo lançamentos de handsets “cada vez mais caros” fica inacessível a compra do device sem ter um objeto de troca, como acontece no mercado de veículos.

“Se fizermos um paralelo disto com o mercado de carros usados, o que está acontecendo é que ninguém compra um carro novo sem utilizar o seu carro antigo como parte da negociação. Isto vai acontecer com os smartphones”, comparou Piva. “Ou seja, nenhum consumidor vai – em breve – comprar um celular novo, sem colocar o seu antigo como parte da negociação”, completou.

Na visão do COO da distribuidora, a nova dinâmica de mercado de usados cria uma necessidade de mecanismos de negociação no varejo, além de fomentar a economia circular. Um caminho em que a Allied quer avançar e se consolidar por meio de sua operação de recondicionados, encabeçada pela Trocafy.

Criada há um ano e meio, a Trocafy tem uma operação baseada em três pilares:

  1. Captação de dispositivos com iPhone Para Sempre do Itaú e parceiros do varejo;
  2. Recertificação dos handsets com laboratório da Allied e de parceiros;
  3. E o escoamento dos smartphones via distribuição em loja física da Trocafy, loja online de marketplaces parceiros e Trocafy, além de vendas com recertificadoras.

Além disso, a empresa vê potencial de receita de serviços, escalabilidade e redução de riscos, uma vez que tem faturamento de serviço com leilão de recondicionados para recertificadoras (via plataforma proprietária de SaaS), e pode direcionar os canais da Trocafy para ter uma margem de receita mais atrativa, direcionando esses produtos para cobrir os estoques.

2024

Com a Trocafy no foco do negócio de recondicionados da Allied, Piva explicou que a companhia tem alguns caminhos para a escalabilidade da operação e para isso precisa “equilibrar a balança da captação de produtos com o escoamento”. Entre os objetivos da distribuidora para o próximo ano estão:

  • Ampliar a carteira de varejistas e recertificadoras para obter mais produtos, além de construir novas soluções de captação, como compras online e em lotes;
  • Em recondicionamento, a companhia quer melhorar a eficiência operacional e expandir o laboratório para ter mais handsets e capacidade produtiva;
  • E a fase do escoamento passará por um fortalecimento da marca, redução dos custos de aquisição e expansão dos canais atuais.

Novas categorias? Não, obrigado

Sobre a possibilidade de expandir a Trocafy para outras categorias de produtos, como os tablets, o COO reconhece que isso está no radar. Contudo, o executivo afirmou que a marca “tem um longo caminho a percorrer em telefonia”.

De acordo com estimativas da Allied, o mercado de recondicionados brasileiro é equivalente a R$ 4,2 bilhões ao ano, mas ainda é muito focado no “consumidor para consumidor (C2C), informal e incipiente”, explicou Piva. O executivo afirmou ainda que, se comparar com a análise da IDC do recondicionado nos Estados, o nacional tem um potencial de US$ 10 bilhões em smartphones usados.

Imagem principal: Felipe Piva apresenta a marca Trocafy (reprodução: Allied/Zoom)