Doze das maiores operadoras da Europa pediram aos reguladores que tornem toda a faixa superior de 6 GHz disponível para o 6G. O argumento é que essa medida é necessária para garantir que a região não fique atrás dos Estados Unidos no lançamento e desenvolvimento da próxima geração de redes móveis.
Em carta assinada por diretores de tecnologia de 11 operadoras – A1 Telekom Austria, BT, Deutsche Telekom, KPN, Elisa, Orange, Telefónica, Telia Company, TIM, United Group e Vodafone – as empresas afirmam que continuam comprometidas com o desenvolvimento e o investimento na conectividade europeia, mas pedem uma abordagem estratégica em relação à faixa superior de 6 GHz.
“Como principais operadoras de telecomunicações da Europa, instamos o continente a disponibilizar toda a faixa superior de 6 GHz para uso móvel, em benefício da economia e da sociedade europeias”, dizem as operadoras. “A faixa superior de 6 GHz é uma oportunidade crítica para o lançamento do 6G na Europa e deve ser parte integrante da futura infraestrutura móvel do continente.”
“Continuamos preocupados com o fato de que o acesso à faixa superior de 6 GHz ainda seja reivindicado por agentes norte-americanos do setor de Wi-Fi, apesar da recente disponibilização de um novo bloco de 480 MHz, ainda pouco utilizado, na faixa inferior de 6 GHz, reservado expressamente para esse fim”, afirmam as operadoras, acrescentando que são as principais fornecedoras de Wi-Fi para consumidores e empresas europeias e que não veem escassez de espectro nessa área.
“Se a decisão de disponibilizar a faixa superior de 6 GHz para as operadoras móveis europeias for adiada, enquanto os interesses tecnológicos dos EUA conseguirem garantir ainda mais capacidade na faixa de 6 GHz, a competitividade da Europa estará ameaçada”, contam na carta. “Isso sufocaria o potencial econômico futuro das empresas e da sociedade europeias e, em última instância, enfraqueceria a influência da Europa sobre seu próprio futuro digital e sua competitividade global.”
O argumento das operadoras
A carta continua e insiste:
“Com o aumento da demanda sobre a capacidade atual do espectro e com os serviços futuros, como o 6G, despontando no horizonte, é fundamental que toda a faixa superior de 6 GHz (6,425–7,125 GHz) seja disponibilizada para as redes móveis. A faixa de 6 GHz deverá desempenhar um papel significativo no suporte à implantação dos serviços 6G de próxima geração na Europa. A totalidade da faixa será necessária já nas primeiras implementações do 6G no continente”, explicam
A explicação técnica das operadoras é que a tecnologia móvel na faixa de 6 GHz é projetada para operar com canais de 200 MHz. Disponibilizar menos de 600 MHz para os serviços móveis prejudicaria as redes e, essencialmente, inviabilizaria os serviços da sexta geração de rede.