A empresa brasileira Titans Group deu entrada nos EUA com pedido de patente de um sistema que desenvolveu para automatizar seu processo de vendas e pós-vendas de serviços de valor adicionado (SVA) premium. A solicitação foi feita há mais ou menos um mês e deve levar cerca de um ano para ser analisada pelo órgão competente norte-americano. Os advogados do grupo estudam agora a melhor maneira de garantir os direitos de propriedade intelectual sobre o sistema em países como o Brasil, cuja legislação trata o software como uma obra autoral, não patenteável pelo INPI.

Antes de detalhar o pedido de patente da Titans, cabe explicar como funciona hoje seu processo de vendas. A empresa é uma parceira de operadoras de telecomunicações, vendendo para os assinantes delas serviços como antivírus para PCs e celulares, m-learning e backup na nuvem. A oferta é feita por meio de telemarketing ativo, com ajuda de um call center terceirizado. Todas as ligações são gravadas e posteriormente analisadas por uma auditoria interna da Titans. Os auditores verificam se os vendedores foram claros na explicação do produto, tendo informado todos os seus aspectos essenciais, como preço, periodicidade, forma de cancelamento etc. E, principalmente, os auditores verificam se o consumidor efetivamente concordou com a compra. Somente depois dessa checagem minuciosa é que a venda é autorizada para a operadora. "Esse processo evita fraudes no call center e diminui o churn, além de dar tranquilidade para as operadoras", explica Andrade.

A novidade que está sendo patenteada é um sistema que automatiza esse processo. A venda inicial pode continuar sendo feita por uma pessoa, ou mesmo por uma gravação, mas a verificação da ligação passa a acontecer de maneira automática, por meio de tecnologia de reconhecimento de fala. O sistema também cuida do pós-venda, enviando um SMS ou um email para o consumidor, com informações adicionais ou realizando pesquisas de satisfação. O software criado pela Titans não precisa se limitar à venda de SVAs premium. "É perfeitamente replicável para a venda de qualquer serviço", explica o CEO. O executivo esclarece, contudo, que a empresa não tem o objetivo, a princípio, de licenciar esse software. A entrada com o pedido de patente é apenas para proteger a sua plataforma.

Segundo Andrade, a automatização do processo será essencial para a expansão internacional da Titans, que negocia a distribuição de seus serviços em parcerias com operadoras da Europa e da Ásia. Uma operadora europeia está interessada no Sync, serviço de backup na nuvem da Titans, e uma tele asiática negocia o lançamento de um serviço de m-learning da companhia brasileira.

A Titans tem hoje 170 funcionários, dos quais 100 são ligados a tecnologia. A empresa está focada em gerar inovação e promete dar entrada com outro pedido de patente em breve, informa Andrade.