Fábrica da Nestlé em Caçapava, SP, será usada para testar os equipamentos produzidos pelo Centro de Inovação e Tecnologia da companhia

A Nestlé apresentou nesta quarta-feira, 7, o seu Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) em São José dos Campos, cidade a 125 quilômetros de São Paulo. De acordo com Luis Garcia Prieto, vice-presidente da área técnica da Nestlé, o espaço de inovação tem como objetivo aproximar a fabricante a novas tecnologias como inteligência artificial, robótica e infraestrutura de conectividade, e indústria 4.0.

“Esse lançamento tem como objetivo olhar o futuro, dentro e fora da companhia. Trazer a era digital para nossas fábricas. Nós (Nestlé) começamos a fazer a jornada digital em 2016, mas precisamos dar um passo extra”, disse Prieto.

Criado dentro do Parque Tecnológico de São José dos Campos, o espaço da Nestlé tem 100 metros quadrados, começa com dez profissionais entre engenheiros e desenvolvedores com título de mestre, mas pode receber até 18 pessoas. Além disso, a ideia da empresa é usar o hub de inovação para ter contato com startups, empresas, universidades e laboratórios, de modo a construir novas soluções fabris em conjunto.

Com atuação há dois meses, o CIT ainda tem como intuito criar modelos viáveis e testá-los na fábrica da companhia em Caçapava. Entre as tecnologias que estão atualmente em testes na unidade fabril: um painel do operador da linha de fábrica, óculos com vídeo conectado para ter contato à distância com a área de engenharia; e robôs.

Questionado sobre o investimento na fábrica e em indústria 4.0, Prieto não pôde falar um número específico. Mas disse que grande parte do investimento de R$ 800 milhões da fabricante no Brasil – desde o ano passado – está atrelado ao desenvolvimento da indústria 4.0. O executivo da Nestlé afirmou ainda que o objetivo em curto prazo é ajudar sua força de trabalho a migrar para a era digital, com 75% dos funcionários aptos a usar ferramentas digitais e em médio prazo um reskill de 100% da equipe.

“Nós queremos fazer introdução do digital na fábrica com as pessoas que trabalham na linha. Não podemos fazer digital e eliminar as pessoas. Essas pessoas precisam estar treinadas para o que está por vir. Quando fazemos um Kit Kat, o importante é ter a ciência das pessoas que asseguraram sua criação nesses últimos 100 anos”, completou o diretor da fabricante.

Em Caçapava, a Nestlé tem 13 mil funcionários e 24 linhas de trabalho.