Leonardo Rebitte, CEO e fundador da Mutual

A Mutual (Android, iOS) atingiu a marca de R$ 5 milhões em empréstimos em sua plataforma P2P Lending (empréstimo de pessoa a pessoa, na tradução em português) após um ano de operação. Neste período, a fintech obteve 185 mil clientes cadastrados, sendo 35 mil investidores e 150 mil tomadores de empréstimo. Agora, o seu CEO e fundador, Leonardo Rebitte, explica os próximos passos da companhia.

“Para o ano dois, nossa meta é dar R$ 100 milhões em empréstimos. Parece um valor absurdo, mas é real pois vamos trabalhar com Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Vamos ofertar FIDCs de R$ 10, R$ 20 e R$ 30 milhões ao mercado”, disse Rebitte, que espera atrair investimento de fora para essas FIDCs. “Além disso, a Mutual vai permitir o fatiamento do empréstimo. Ou seja, se alguém pedir R$ 1 mil, você pode emprestar R$ 100 (uma cota) e outros podem completar. Isso mitigará o seu risco e poderá emprestar para várias pessoas”.

Atuando especificamente como uma empresa de empréstimos para pessoas físicas, a Mutual faz a intermediação de transações, cuida da análise de crédito, de fraude, captura de documento (OCR) e, se ocorrer, negativação e cobrança de devedores. O valor mínimo que uma pessoa pode tomar de empréstimo é R$ 500 e o máximo, R$ 50 mil. Por outro lado, o investidor consegue, em média, uma rentabilidade de 23,5% ao ano, já descontando o risco de inadimplência.

Tecnologia e estrutura

Cadastrada pelo Banco Central como correspondente bancário, a companhia tem como parceiro a Paraty Financeira, em um formato similar feito pela Neon Pagamentos com o Banco Votorantim – a Mutual entra com o digital e a Paraty, com o a operação tradicional.

A fintech se destaca por utilizar a API do WhatsApp para se comunicar com os seus clientes, como ao enviar boletos de segunda via. E o CEO revelou que, eventualmente, pretende adotar P2P via plataformas de mensageria quando liberado no Brasil.

Futuro

Para o futuro, Rebitte explicou que pretende obter licenças próprias  de SEP (Sociedade de Empréstimo entre Pessoas) e SCD (Sociedade de Crédito Direto) para atuar em 2020. Disse que também pretende entrar em outros serviços de empréstimo (consignado e para pessoas jurídicas), assim como mira um desenvolvimento adicionando outros serviços de P2P à sua plataforma, mas apenas no próximo ano. Com R$ 3 milhões captados via investimento anjo, a companhia ainda pretende fechar uma rodada de investimento neste mês via EqSeed, uma plataforma de crowdfunding de investimento. Na operação, a companhia conta atualmente com 26 pessoas em sua sede no Rio de Janeiro, mas pretende chegar a 40 funcionários até o final de 2019.