A Transatel, MVNO/MVNE da NTT Data, chegou oficialmente ao Brasil. Em resposta enviada por e-mail para esta publicação, Bertrand Salomon, deputy CEO da Transatel, explicou que a companhia visa principalmente projetos de IoT que exigem conectividade celular global em vários países, como o segmento automotivo, além de conectar viajantes internacionais e mão de obra distribuída através da sua solução Ubigi eSIM.

“Um segmento estratégico para nós é o de connected car (carros conectados na tradução livre para o português), com suporte de serviços de comunicação à distância (serviços centrados em OEM), bem como serviços de infoentretenimento/Wi-Fi-on-board (serviços centrados no consumidor). Para este último, a Transatel opera a sua solução Ubigi eSIM para fornecer estes serviços B2C”, explicou o executivo.

No Brasil, a companhia nasce com registro de operadora móvel virtual junto à Anatel em parceria com a TIM. Além disso, a empresa possui dois pontos de presença (POPs) regionais em São Paulo e no Rio de Janeiro.

“Ser uma MVNO completa no Brasil e licenciada em vários países da América Latina permitirá à Transatel lançar nossos serviços B2C direcionados a clientes automotivos, para permitir recursos de carros conectados, como entretenimento no carro”, completou.

Público-alvo

De acordo com o executivo, os primeiros alvos da companhia no Brasil serão empresas japonesas, europeias e norte-americanas nos seguintes setores:

  • Automotivo;
  • Agricultura;
  • Mineração (Redes Privadas – Públicas);
  • Mobilidade Inteligente;
  • Energia e Utilidades;
  • Cidades Inteligentes;
  • Fabricação.

“Nossos primeiros clientes são dois OEMs automotivos (dois dos 10 maiores fabricantes globais – ainda confidenciais nesta fase) que serão lançados comercialmente a partir do quarto trimestre de 2024. Esses projetos são globais ou regionais, visando a América Latina”, explicou o deputy CEO. “A Transatel tem parceria com os principais OEMs de dispositivos e módulos, e a América Latina, em particular, é um campo verde em expansão. A Transatel trabalhará em estreita colaboração com estes OEMs para uma entrada no mercado mais rápida”, completou.

Além dos OEMs, a companhia busca parcerias locais no Brasil, a partir do quatro trimestre de 2024: “A visão da Transatel e da NTT Data é se tornar um player importante no cenário do mercado de IoT na América Latina. Para isso, estamos começando com OEMs globais que desejam viabilizar projetos de IoT na região. No entanto, a proposta de valor é facilmente escalável para empresas locais que procuram conectar os seus ativos”, resumiu.

Histórico e tecnologia

Antes de ser uma MVNO, a companhia ofertava de cobertura móvel multirede (2G, 3G, 4G, 5G e LTE-M) com acordos em operadoras locais para conectar seus clientes como BMW, Airbus, Worldline, Stellantis e Jaguar Land Rover, que possuem veículos, dispositivos industriais e de consumo em suas bases, inclusive na América Latina. Além da TIM, as outras teles parceiras na região são Telecom Argentina, Grupo Digicel, Entel e o Grupo Telefónica. Globalmente, a subsidiária da NTT tem acordos com 250 operadoras móveis internacionais e infraestruturas regionais.

Salomon explicou que a proposta da Transatel é simplificar as implantações globais de IoT por meio de um único perfil SIM e integração única à sua plataforma de gerenciamento de conectividade, aproveitando acordos de acesso à rede com as operadoras. Esse SIM Inteligente foi desenvolvido pela companhia e permite alternar perfeitamente entre redes privativas e públicas, em todo o mundo.

Além disso, o executivo confirmou que testará a conectividade híbrida satélite-celular para IoT em toda a América Latina, “respeitando os padrões de versão 17 da GSMA”, em breve.

Grupo e redes privativas

Como subsidiária da NTT DATA, a Transatel colabora com todas as divisões do grupo NTT, incluindo a NTT DATA e a agora NTT DATA Inc, assim como com as operadoras NTT Communications e a NTT Docomo, no Japão. Salomon afirmou que por ser o braço de conectividade global do Grupo, a MVNO fornece serviços a quaisquer unidades da NTT que “necessitem ativar ativos digitais em todas as geografias de forma segura e flexível, mantendo os padrões de QoS. “Juntos conquistamos grandes clientes no segmento automotivo, segmentos de dispositivos IoT, por exemplo”, disse.

Especificamente em redes privativas, o executivo relatou que a NTT DATA oferece solução de gerenciamento de rede privativa 5G em um formato “pronto para uso”, que permite implementar “soluções personalizadas que são projetadas em torno de casos de uso e estratégias exclusivas”, executadas e otimizadas por meio de um modelo completo de rede como serviço.

Vale dizer, Salomon afirmou que a iniciativa da Transatel é independente e adicional às relações existentes entre a NTT DoCoMo Japão e a Telefônica Brasil.

Imagem principal: Bertrand Salomon, deputy CEO da Transatel (divulgação: Transatel)