O diretor de relações governamentais da Qualcomm, Maximiliano Martinhão, afirmou que alguns provedores de pequeno porte cogitam usar o Fixed Wireless Access (FWA) 5G no lugar da fibra ótica. Durante o Abrint Global Congress, o executivo afirmou que um dos motivos para a escolha seria pelo gasto operacional (Opex) ser mais barato no FWA ante a fibra.
Segundo Everson Mai, CEO da Mais Internet e diretor financeiro da Abrint, o uso do FWA é um dos três pilares para manter o negócio de provedor de Internet “de pé” ao implementar uma infraestrutura de rede móvel. Os outros dois seriam levar uma rede LTE para bairros e regiões de cidades que não têm cobertura móvel e atender empresas com rede privativa focada em Internet das Coisas para demanda regional em setores como indústria e agronegócio.
Atuando como uma operadora móvel virtual (MVNO) e oferta de rede privativa, Mai explicou que sua empresa (de Palhoça/SC) começa a firmar contratos com empresas que precisam de redundância e conectividade contínua, como rede de postos de gasolina para operacionalizar os pagamentos.
FWA – mais segurança
Martinhão, da Qualcomm, afirmou que o FWA também é considerado pelos ISPs em suas conversas por outro motivo: a segurança. Os pequenos provedores consideram a tecnologia como alternativa ao cabo, uma vez que o setor passa por risco de segurança pública ligado a ataques em sua infraestrutura, em especial no Ceará.
De fato, Raphael Garcia de Souza, gerente de controle de obrigações gerais e membro do GT-Ciber da Anatel, afirmou que o regulador vê com preocupação os atos de intimidação, depredação, danos e até sequestro de provedores por parte dos criminosos. Nessa seara, a atuação da agência se limita a cooperar para que a informação flua rapidamente com os órgãos de segurança.
O secretário-adjunto da Secretaria de Acompanhamento e Gestão de Assuntos Estratégicos do GSI/PR, José Benoni Valente Carneiro, afirmou que a infraestrutura em telecomunicações é considerada crítica e que o papel do GSI é precaver para que não existam casos de interrupção no serviço, pois afetam a sociedade e a economia brasileira como correu no Ceará e em um apagão recente no Amapá.
Por sua vez, Alessandro Gonçalves Barreto, coordenador do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça, explicou que o diálogo constantes e a participação dos operadores (grandes e pequenos), reguladores e entidades junto às forças de segurança é fundamental para combater o crime que espantou o setor de telecomunicações neste começo de ano.
Imagem principal, da esquerda para direita: Everson Mai, Mais Internet e Abrint; José Felipe Ruppenthal, Telco Advisors; Fernando Paiva, Mobile Time; Maximiliano Martinhão, Qualcomm; Cristiane Sanchez, Abrint (divulgação: Abrint Global Congress 2025)