A vice-líder do conselho de administração da Abrint, Cristiane Sanches, afirmou que enxerga nas redes híbridas, a oportunidade para os pequenos provedores de Internet avançarem no segmento de redes celulares. Durante o Abrint Global Congress 2025, realizado em São Paulo nesta quinta-feira, 8, a especialista explicou que a regulação atual de telecomunicações permite essa abertura.

Na prática, a rede híbrida, segundo Sanches, seria a possibilidade de atender clientes conectados em rede privativa das ISPs em rede pública quando esses assinantes saíssem do perímetro do SLP. Neste caso, eles seriam atendidos por meio de uma interconexão com a rede pública.

A conselheira da associação avalia ainda que apenas as grandes operadoras não são suficientes para levar a conectividade em sua plena capacidade para todo o Brasil, devido à sua amplitude continental, e, por isso, há a necessidade e o espaço para os pequenos provedores entrarem neste segmento, seja por meio de rede privativa, MVNO ou roaming nacional.

Oportunidades para ISPs na móvel

Para José Felipe Ruppenthal, sócio da Telco Advisors, há grande oportunidade no Brasil para a transformação da rede móvel com os ISPs, uma vez que eles podem atuar em regiões onde as grandes operadoras não estão, ofertar casos de uso de Internet das Coisas para empresas com redes privativas e gerar valor aos negócios e regiões, uma vez que estão próximos dos consumidores e de empresas que necessitam de conectividade móvel.

Ruppenthal reforçou principalmente sobre a oportunidade das pequenas prestadoras no B2B, ao lembrar do Mapa de Redes Celulares Privativas no Brasil feito por Mobile Time em 2024: “No relatório do Mobile Time mostra um crescimento mais que o dobro de redes privativas no país, e quem mais constrói redes privativas não são as grandes operadoras. O ISP pode assumir esse papel, justamente pela proximidade do seu negócio com o cliente”, disse.

Everson Mai, diretor financeiro da Abrint e CEO da Mais Internet, afirmou que as redes celulares podem ser o começo para tirar as ISPs da inércia para transformá-las em utilities, ou seja, uma empresa de serviço essencial para o usuário. E que, diferente das grandes rivais, o diferencial dos pequenos provedores é estar ao lado dos clientes.

“Podemos ser uma empresa utility e mostrar para o cliente que podemos ter tudo no boleto: rede móvel, MVNO, streaming e até energia [com o mercado livre de energia]”, disse Mai, ao citar que está há um ano atuando no móvel. “Precisamos ser a empresa que vai facilitar as coisas para o cliente. Mas é preciso reconstruir o modelo atual e focar no novo”, completou.

 

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