A Inovação Aberta tem sido fundamental para os grandes avanços tecnológicos dos tempos atuais. Em seu livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology”, Henry Chesbrough, referência mundial sobre o tema, demonstra como o mundo corporativo vem adotando há algumas décadas esse processo de colaboração, compartilhamento e troca de ideias e experiências, integrando pesquisadores internos e externos às empresas, mas nunca essas premissas foram tão importantes como no século XXI.

O aumento da disponibilidade e da mobilidade de recursos humanos altamente qualificados e em locais diferentes é uma das vantagens para a adoção do processo de desenvolvimento de P&D baseado em Inovação Aberta. É também o caminho mais rápido e eficaz de se buscar o modelo de negócio adequado aos produtos e serviços das empresas.

Os resultados são significativos e explicam de certa forma a agilidade e quantidade de inovações tecnológicas que o mundo contemporâneo tem presenciado.

Cada vez mais estamos diante de desenvolvimentos tecnológicos com delays menores entre os laboratórios de pesquisa e de desenvolvimento, das empresas e dos parceiros, e os produtos na rua. Nessa onda, os códigos abertos de livre acesso, inspirados e que complementam o conceito de inovação aberta, têm também favorecido o crescimento do número de inovações tecnológicas à disposição da sociedade.

Nesse cenário, os investimentos em Inovação Aberta têm aumentado a cada ano nos centros de P&D dos grandes players de segmentos estratégicos como infraestrutura, telecomunicações, petróleo, gás e automobilismo, por exemplo. O intercâmbio de ideias e os processos de desenvolvimento em P&D, reunindo funcionários e colaboradores das universidades e institutos de pesquisa, têm se mostrado eficientes para a competitividade e a atualização das empresas.

No momento em que o Plano Brasil Maior, lançado pelo Governo Federal, no início de abril, visa “atrair para o País centros de P&D de empresas estrangeiras, assegurando a transferência de tecnologia e registro de patentes geradas no Brasil”, a experiência de grandes empresas, que já desenvolvem P&D no País, sob os preceitos da Inovação Aberta, merecem ser consideradas e seguidas.

Ainda que a prática da Inovação Fechada seja utilizada por algumas empresas, observamos que a adoção da Inovação Aberta é cada vez mais estratégica: a competição entre as empresas a partir da utilização da Inovação Aberta está no domínio do processo de criação e gerenciamento do ecossistema de inovação.

Esse processo deve ter critérios objetivos de seleção de parceiros, com práticas e ferramentas de compartilhamento de conhecimento, além de considerar eventual distribuição geográfica das equipes e, mais importante, deve ter práticas eficientes de governança e coordenação de projetos para, desta forma, assegurar o alcance das metas estipuladas. Além disso, é necessário transformar o conhecimento em produtos que ofereçam vantagem competitiva e que sejam desenvolvidos no tempo e dentro dos parâmetros de custo determinado pelo mercado.

Com essa metodologia, todos ganham: as empresas com aumento de competitividade, redução de custos, aumento do seu estoque de conhecimento e aceleração da curva de aprendizado. Os parceiros, universidades e institutos de desenvolvimento também ganham ao terem acesso ao conhecimento tecnológico e aplicações que geram valor imediato para sociedade.

Por outro lado, toda a indústria é submetida a um ambiente de negócio mais competitivo, estimulando que todos se desenvolvam mais rapidamente e de forma mais eficaz.

E por fim, esse ambiente de desenvolvimento tecnológico mais rápido e competitivo proporciona à população o acesso a produtos mais baratos por conta dos benefícios da produção em escala mundial.