A TIM tem avançado em projetos de Internet das Coisas e indústria 4.0 com Internet móvel, mas, em alguns casos, a conectividade oferecida é por meio da rede pública e não através da rede privativa. Um exemplo é a recente instalação de uma rede 4G para atender fazendas da BrasilAgro no Maranhão. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 9, Alberto Griselli, CEO da TIM, explicou que a companhia vê as redes privativas sendo instaladas junto das redes públicas para beneficiar o todo.

“Esse tema das redes privativas é (uma demanda) que o nosso cliente pede. Nós temos/instalamos a rede privada quando for a serviço da atividade core da empresa e depois complementamos a parte da rede que é pública para oferecer a conectividade a todos que vivem e trabalham ao redor da unidade industrial”, disse. “Um exemplo é a São Martinho: a empresa tem uma rede privada com edge computing para atender a demanda da fazenda e uma rede pública para quem mora na fazenda. Em outro projeto, o porto de Santos com a BTP (Brasil Terminal Portuário, administradora do Porto), nós temos uma rede privada para o porto e outra de rede pública para atender quem está ao redor”, afirmou.

Griselli disse que o lado positivo em ter essa dinâmica, de redes privativa e pública em conjunto, é que elas atendem os benefícios da indústria e do ecossistema ao redor. O executivo afirmou que, embora existam alguns casos de redes exclusivamente privativas, esse tipo de infraestrutura deixa de atender quem está ao seu redor.

IoT

Exemplo de antena da TIM no campo na sede da Fazenda Panorama da SLC Agrícola (Foto: divulgação)

Na conversa após a divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2023, o CEO da operadora enfatizou o avanço em IoT. Em especial, os recentes acordos com a Engie para iluminação pública na cidade de Curitiba, com a Ecovias para comunicação em rodovias e, o mais recente, com a Way Brasil, que levará 4G a 600 km de rodovias no Mato Grosso do Sul, além de levar o serviço de comunicação móvel para 276 mil pessoas, 108 escolas públicas e 46 unidades de saúde.

“O mundo IoT é muito importante para nós. Há muito tempo, escolhemos um conjunto de verticais e estamos ganhando clientes importantes e construindo massa crítica”, disse o presidente da operadora. “Agronegócio é a vertical mais avançada. Hoje, estamos em 14,4 milhões de hectares (20% das grandes fazendas e das grandes propriedades em nosso radar)”, completou, ao lembrar que a companhia também tem iniciativas em indústria 4.0, logística e smart cities.

Ainda em tecnologia, Griselli afirmou que há possibilidade de usar comunicação via satélite para o campo, por exemplo. Mas afirmou que isto é algo que depende do cliente: “O satélite pode ser uma tecnologia complementar para oferecer. Nós usamos satélite em algumas das soluções, mas depende do requisito de latência de alguns clientes”, disse.

De acordo com o CRO da empresa, Fabio Avellar, em rodovias da Ecovias e Way, a TIM tem mais de 1,4 mil km cobertos com suas tecnologias. Em iluminação inteligente, a operadora tem 90 mil luminárias no Brasil, em sua maioria por meio de parcerias público-privadas (PPP) entre cidades e concessionárias de energia, como aconteceu com a Engie em Curitiba.

“Estamos começando bem neste mundo de IoT. Existem muitas oportunidades no Brasil, mas queremos focar nessas quatro verticais”, disse.