Em praticamente dois anos de operação, a serem completados em setembro, a PayMee acumula mais de 1 milhão de pagamentos processados. A empresa, que oferece uma solução para pagamentos em sites de comércio eletrônico para consumidores que não tenham cartão de crédito ou até mesmo que não tenham conta em banco, vem crescendo 30% ao mês. A expectativa é de chegar ao fim deste ano tendo transacionado um valor acumulado de R$ 1 bilhão, diz o CEO e fundador da PayMee, Bruno Maranhão, em conversa com Mobile Time.

Atualmente a PayMee processa, em média, 6,8 mil transações por dia, sendo 37% pelo celular, somando apps e sites móveis. A participação do mobile vem crescendo continuamente, a uma velocidade de quatro pontos percentuais por trimestre, informa Maranhão.

A solução da empresa está integrada a oito bancos (Banco do Brasil, Caixa, Santander, Itaú, Bradesco, Original, Inter e BS2) e é adotada por 350 empresas, incluindo MaxMilhas e Clickbus.

Como funciona

“Nosso segredo está na parametrização de soluções de identificação de pagamentos”, diz Bruno Maranhão, fundador e CEO da Paymee

A solução da PayMee permite a realização de compras online tanto pelo público que não tem cartão de crédito, mas possui conta bancária, quanto por aquele que nem conta bancária possui.

Para aqueles com conta corrente, a solução consiste, na prática, em uma transferência bancária. Na página do e-commerce, o consumidor escolhe o seu banco e recebe as instruções para a transferência, sendo, em seguida, direcionado para o site da instituição financeira. Nele, o usuário realiza o processo de autenticação com o qual já está acostumado e realiza a transferência. A beneficiária é a PayMee. Esta identifica o pagador, informa à loja e transfere para ela o valor no mesmo dia. Segundo Maranhão, a taxa de conversão desse sistema é de 79%, mais que o dobro da média do cartão de débito online. A liquidação acontece no mesmo dia, ao contrário do pagamento por boleto bancário, que leva até dois dias úteis. Para companhias aéreas, cujo preço das passagens é dinâmico, trata-se de uma solução importante para o seu negócio.

Já para quem não tem conta em banco, a PayMee envia um código de pagamento via email, SMS ou WhatsApp que pode ser pago em dinheiro em uma casa lotérica ou no caixa de um banco. Os pagamentos em espécie representam 10% do total de transações processadas pela empresa.

“Nosso segredo está na parametrização de soluções de identificação de pagamentos”, diz o executivo. Ou seja, está na capacidade de identificar corretamente quem realizou cada pagamento e para qual loja.

Para os e-commerces, o custo inicial é de 2,79% por transação. Não há cobrança de setup e nem mensalidade. Para o consumidor não há qualquer custo.

Pagamentos instantâneos

A PayMee acompanha de perto a iniciativa do Banco Central de construir uma plataforma nacional de pagamentos instantâneos. Maranhão ressalta que a solução da Paymee é gratuita para o consumidor, enquanto o pagamento instantâneo proposto pelo BC terá um custo de alguns centavos e não foi definido ainda quem pagará essa conta.

Sobre o impacto da chegada dessa plataforma nacional nos negócios da PayMee, o executivo analisa: “Não vemos um impacto no nosso negócio em si, por conta do custo, da facilidade e do tempo de liquidação. O que pode ser inconveniente seria a chegada de novos entrantes. Mas o que vendemos não é apenas pagamentos instantâneos, mas todo um sistema de gerenciamento e conciliação de pagamentos instantâneos. Esse know how ninguém tem.”

A PayMee já poderia lançar pagamentos instantâneos entre pessoas físicas com liquidação em tempo real, diz o executivo, mas prefere segurar esse serviço até a chegada da plataforma do Banco Central.