Octavio Lazari Júnior, presidente do Bradesco (Crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

O presidente do Bradesco, Octavio Lazari Júnior, afirmou que a estratégia do banco é reter e rentabilizar o cliente. Em conversa com Mobile Time durante o Febraban Tech, evento de tecnologia organizado pela federação de bancos nesta terça-feira, 9, o executivo explicou que, embora continue crescendo, as plataformas Bitz, next e Digio precisaram mudar de curso.

“Essas são estratégias fora do Bradesco. Separadas do negócio principal. Teve um crescimento muito bom nos últimos anos e continua crescendo neste ano. Mas nós fizemos um certo um trade-off: mais investimento para reter o cliente e rentabilizar, mas (em compensação) um pouco menos em crescimento acelerado no volume de cliente. É um pouco do desafio que o Renato Ejnisman (CEO) tem no Next, o Curt Zimmerman (CEO) no Bitz e o Carlos Giovane Neves (CEO) no Digio”, disse o executivo.

Open finance e Pix

Lazari Jr. acredita ainda que antes de avançar mais no sistema financeiro aberto, os bancos e o regulador nacional devem resolver problemas encontrados no Pix, em especial na segurança, com o avanço de golpes por meio de engenharia social: “Se os bancos pudessem determinar o valor máximo de transferência por dia, isso mitigaria um pouco os golpes. Assim como o cliente ter a possibilidade de ter ou não o Pix no celular dele. Já vemos muita gente ter dois celulares, um para ficar em casa (com a conta do banco) e outro para sair de casa. Acho que ações como essas podem desincentivar essa questão de sequestro relâmpago e roubo de celular”, completou.

Em relação ao open finance, o presidente do Bradesco afirmou que a adesão ainda é baixa por parte dos clientes, mas entende que é um processo faseado e que deve ganhar o consumidor aos poucos: “O engajamento dos clientes é pequeno ainda, pois estamos no começo do open finance. Mas é incrível como as pessoas gostam de experimentar. Se eu centralizar minhas contas que tenho no Bradesco, Nubank, XP, Itaú, como fica a visualização disso? Não que estejam transacionando, mas é interessante para ver como fica a jornada no celular”.

“O open banking não está aquém do esperado, pois a segurança é fundamental para a maioria das pessoas. Por isso, começamos devagarzinho, implementando passo a passo, com segurança. Então, não me preocupa a velocidade de implantação do open finance, mas a qualidade”, concluiu.