Ilustração: Cecilia Marins

Cerca de 11 mil funcionários serão dispensados da holding Meta, o equivalente a 13% do montante de colaboradores da companhia. O anúncio aconteceu na manhã desta quarta-feira, 9, em um post no blog da empresa assinado por Mark Zuckerberg, CEO da Meta. O escritório de São Paulo não ficou de fora.

A redução do tamanho da empresa é uma forma de tornar o grupo mais “enxuto” e “eficiente”, cortando gastos discricionários. O executivo disse também que as contratações estão congeladas até o primeiro trimestre de 2023.

“Quero assumir a responsabilidade por essas decisões e por como chegamos aqui. Sei que isso é difícil para todos, e lamento especialmente os afetados”, escreveu.

Zuckerberg atribui as demissões a alguns fatores. Um deles foi o aumento desproporcional da receita do grupo por conta da alavancagem no comércio eletrônico durante a crise sanitária causada pela Covid-19. Acreditava-se que essa aceleração continuaria mesmo após o término da pandemia, inclusive o CEO de Meta. “Não apenas o comércio online voltou às tendências anteriores, mas a desaceleração macroeconômica, o aumento da concorrência e a perda de sinal de anúncios fizeram com que nossa receita fosse muito menor do que eu esperava. Eu entendi errado, e assumo a responsabilidade por isso”, escreveu.

A partir dessa constatação, Meta deve se tornar uma empresa mais eficiente com seu capital. Houve redução de investimento – no caso, fez-se transferência de mais recursos para um número menor de setores – e aqueles que ganharam foram os segmentos de prioridade, como mecanismo de descoberta de IA, anúncios e plataformas de negócios e o metaverso.

Houve redução nos custos e as equipes foram reestruturadas. Mas todas essas medidas não foram suficientes e, por isso, Zuckerberg tomou a decisão de fazer as demissões.

“Fundamentalmente, estamos fazendo todas essas mudanças por dois motivos: nossa perspectiva de receita é menor do que esperávamos no início deste ano e queremos ter certeza de que estamos operando com eficiência tanto na Família de Aplicativos quanto nos Reality Labs”, explicou o CEO.

Procurada por Mobile Time, a assessoria de comunicação da Meta no Brasil não confirmou quantas pessoas foram demitidas no escritório de São Paulo, mas confirmou um rearranjo do espaço, com o compartilhamento de mesas de trabalho – que vem acontecendo em vários escritórios por conta das demissões.

Segue a nota na íntegra:

“Os últimos anos trouxeram novas possibilidades em torno do papel dos escritórios. Dentro do nosso compromisso com uma experiência de força de trabalho distribuída, reconhecemos que temos novos tipos de perfis de trabalho, incluindo remoto, híbrido e com presença no escritório durante toda a semana. Para apoiar essa evolução, anunciamos em outubro que estamos implementando o compartilhamento de mesas de trabalho, permitindo que as pessoas tenham mais flexibilidade, ao mesmo tempo em que revigoramos nosso ambiente de trabalho. E para manter uma utilização eficiente dos espaços, desde outubro também estamos otimizando a ocupação de nossos escritórios em alguns locais, incluindo São Paulo”