|Publicado originalmente no Teletime| O presidente da República Jair Bolsonaro anunciou na noite desta quarta-feira, 10, o desmembramento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e a recriação do Ministério das Comunicações (Minicom). Para o posto, foi nomeado o deputado federal Fábio Faria (PSD/RN). Segundo apurou este noticiário, a expectativa é que a posse aconteça na próxima quarta, 17.

O anúncio foi realizado por Bolsonaro em um post no Facebook. Segundo o presidente, a recriação da pasta ocorrerá via medida provisória (MP), o que significa que a decisão passará por apreciação do Congresso antes de se tornar definitiva, ainda que tenha efeito imediato a partir de sua publicação.

Também foi extinta a Secretaria especial de Comunicação Social (Secom), e esta função (cuidar da comunicação institucional) ficará sob a responsabilidade do Minicom. Fábio Wajngarten, que era o titular da Secom, foi confirmado como o secretário executivo de Fábio Faria.

Formado em administração de empresas, Fabio Faria tem 42 anos e está em seu quarto mandato como deputado federal. Segundo apurou TELETIME, apesar do vínculo partidário do deputado com o PSD, a sua indicação não teria partido de Gilberto Kassab, mas de sua relação pessoal com Bolsonaro e da proximidade com o empresário Silvio Santos, de quem é genro.

A mudança pegou de surpresa o ministro do MCTIC, Marco Pontes, que foi informado no final do dia, e ainda não se sabe com que estrutura o Minicom será recriado, nem o orçamento. A pasta das Comunicações havia sido extinta em 2016, quando o ex-presidente Michel Temer aglutinou o ministério com a área de Ciência e Tecnologia, criando o MCTIC.

Fábio Faria tem alguma proximidade com o setor de comunicações também por ter sido membro da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicações e Informática da Câmara dos Deputados entre 2016 e 2019. Para a área de telecomunicações relatou alguns projetos como o Lei 6308/16, que buscava aplicar artigos do Código de Defesa do Consumidor aos usuários de telecomunicações, inclusive a possibilidade de acesso a promoções para usuários antigos. A proposta foi arquivada no final da legislatura passada e aguarda o reinício de sua tramitação.

Análise

Segundo observadores ouvidos por este noticiário, a mudança é positiva por trazer prestígio político ao setor de telecomunicações e radiodifusão, mas há processos importantes que podem se tornar lentos até a separação completa das estruturas do MCTIC e, sobretudo, um grande potencial de conflitos de interesse com a absorção da área de comunicação institucional do governo. Leia a análise completa aqui.