A conversão do desktop para a mobilidade era questão de tempo para o Buscapé. É o que afirma o cofundador da empresa, Romero Rodrigues. Em uma breve conversa com o MOBILE TIME nesta quinta-feira, 10, Rodrigues revelou que os computadores serviram apenas de alicerce para a entrada da empresa no mercado móvel.

“Para vários de nossos negócios, como o Buscapé, o desktop foi uma ponte para chegar aos usuários de celular”, explica o executivo brasileiro, que atualmente gerencia o Buscapé e  outras plataformas globais de busca de preço da Naspers, grupo sul-africano que controla o Buscapé, como 7Pixel, Priceheck, Heureka e Ceneo. 

Atualmente, 50% dos usuários do Buscapé acessam por meio de um dispositivo móvel, o que representa 15 milhões por mês. Questionado sobre a proporção entre tablets e smartphones, Romero Rodrigues explica – sem revelar dados – que a esmagadora maioria utiliza o celular e preferem o acesso pelo aplicativo, no lugar do navegador.

Modelo de negócios

Para o executivo brasileiro, o grande problema do Buscapé na atualidade é a monetização com a conversão dos usuários – quando a pessoa entra na plataforma de pesquisa do Buscapé e faz a compra em uma loja. Ele cita como exemplo seus dois públicos: o "sofá commerce" e o cliente de loja física.

De acordo com Rodrigues, o consumidor "sofá commerce" pesquisa o preço pelo app e na hora de realizar a compra prefere fazê-la no computador, ao entrar direto no e-commerce. E o cliente de lojas físicas pesquisa dentro do estabelecimento antes de comprar. Nos dois casos, o usuário não entra nas lojas de comércio eletrônico pelo Buscapé, a principal fonte de renda da empresa.

Ao ser perguntado como pretende resolver o problema, o cofundador do Buscapé admitiu estar estudando novas modalidades para gerar a interação com o usuário móvel, como descontos e promoções.

“O nosso tráfego que está no mobile hoje, gera boa parte das vendas nas lojas físicas e de e-commerce, mas ainda não consigo monetizar com isso”, afirma Rodrigues. “No entanto, hoje nós temos um potencial forte e acreditamos no cross-device (uso da mesma plataforma em diversos dispositivos)”.

Black Friday 2016

Durante a inauguração do Cubo Coworking Itaú nesta quinta-feira, 10, um espaço do banco para empreendedores em geral, Romero Rodrigues abordou o atual cenário econômico brasileiro. Com otimismo, disse que espera que a Black Friday deste ano seja melhor em relação a 2014. Como exemplo, citou o Dia do Consumidor, data comercial que é realizada em março e teve boa aceitação do público, maior que 2014, mas ainda bem abaixo do esperado.

“A gente espera que o consumidor ganhe confiança com a Black Friday para voltar às compras e tenha um resultado melhor que 2014”, disse Rodrigues. “Especialmente, porque nós tivemos fim das eleições presidenciais e ressaca da Copa do Mundo no ano passado.”