Luis Calicchio à frente da equipe do UDlab

O trabalho de reprodução de um dente é artesanal. Desde o pedido até a entrega, a prótese dentária feita à mão pode levar de sete a dez dias para chegar ao consultório do dentista. Além do mais, sua qualidade não é padronizada e trata-se de um produto caro, podendo chegar a R$ 1 mil. Pensando em baratear em 40-50% esse valor, padronizar a qualidade e acelerar a produção, Luis Calicchio fundou a UDlab, empresa que presta consultoria para esses pequenos empreendedores espalhados por todo o País para usarem tecnologia de ponta para a produção das próteses. Sua empresa fechou acordos para que os laboratórios comprem com desconto os equipamentos necessários para sua digitalização. Mas o principal serviço da UDlab é o marketplace, que conecta esses profissionais via aplicativo com os consultórios odontológicos, para que os dentistas escolham a melhor opção para cada caso.

“Contatamos esses pequenos laboratórios, levamos a tecnologia, ensinamos o artesão a usá-la e, em seguida, conectamos todos eles com uma gama de dentistas, de modo que eles tenham uma melhoria na qualidade de atendimento, agilidade e preço, dentro daquilo que o odontologista precisa naquele momento”, explica o CEO e fundador da UDlab. De acordo com Calicchio, muitos desses pequenos laboratórios ainda precisam se cadastrar no Conselho Federal de Odontologia para fazerem parte do marketplace.

O app – um para o dentista (Android, iOS) e outro para o laboratório (Android, iOS) – possui inteligência artificial e machine learning, de modo que, com o tempo, é capaz de entender o perfil do odontologista para saber qual o preço ele está disposto a pagar, seu prazo de entrega etc.

Como funciona

A UDlab saiu recentemente da fase de testes e começa o momento de expansão. Atualmente, conta com 30 laboratórios ativados, sendo a maior parte deles concentrados na região do estado de São Paulo. Conforme surge demanda, a plataforma incorpora os outros 170 já cadastrados. “Podemos atender qualquer região do País, mas 80% do nosso mercado está nas regiões sul e sudeste.

Para usar a plataforma, o odontologista faz o escaneamento da boca do paciente e envia os documentos do pedido da prótese pelo aplicativo para o laboratório escolhido, podendo também enviar fotos e vídeos. A plataforma é capaz de ajudar na escolha do laboratório a partir da geolocalização, do preço e do prazo propostos pelos laboratórios. Cabe ao dentista escolher a melhor opção.

Ao confirmar o trabalho, o dentista faz o pagamento pelo aplicativo, que o retém numa nuvem. Quando o laboratório entrega o produto ao odontologista, e ele avalia o laboratório, e vice-versa, é feito o pagamento à vista. “Não há mais riscos de inadimplência”, garante o CEO da UDlab.

Futuro

Durante a fase de testes, a plataforma contou com 40 dentistas. Para o futuro, o marketplace pretende chegar a 2 mil odontologistas usando diariamente o aplicativo (DAUs) e, em cinco anos, a meta é chegar a entre 20-25 mil desses profissionais usuários. “Queremos também virar uma fintech de crédito para dentistas e laboratórios. Temos  ‘miles Stones para isso por termos um projeto sólido. Nos últimos três meses comprovamos o nosso produto. Nossa ideia é começar a aumentar o ecossistema para poder ter, ali dentro da plataforma, uma rotatividade e um número de pedidos elevados para começar a monetizar de outras maneiras, como anúncios, por exemplo”, explicou Calicchio. Para tudo isso, a UDlab conta com oito pessoas trabalhando, sendo três engenheiros da computação. “Cem por cento da tecnologia é desenvolvida dentro de casa”, orgulha-se.