Sônia Norões, CXO, Vander Corteze, CEO (centro) e Luiz Costa, CTO da Beep (crédito: Facebook da empresa)

A plataforma Beep Saúde (Android, iOS) deseja dobrar sua equipe de profissionais de saúde, de 1 mil para 2 mil, até o final de 2022, além de se consolidar como o aplicativo de vacinas para o segmento particular. De acordo com o CEO e fundador da healthtech, Vander Corteze, a companhia está em rota de terminar 2021 com 200 cidades.

Atualmente, a startup tem duas linhas de negócios – vacina e exame – em um modelo similar às clínicas privadas, porém móvel: além do app para atendimento dos clientes é comum ver carros da companhia nas grandes cidades. Historicamente, a Beep acumula 30 mil visitas. A empresa possui modelos para o consumidor diretamente e via planos de saúde premium.

“A pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) colocou um holofote nas ineficiências de saúde. Caíram barreiras em regulação, acelerou a prescrição digital e a telemedicina. Acelerou o setor de saúde, algo que estava se tornando impagável. Sem soluções melhores e mais baratas, estava prestes a colapsar”, completou o executivo.

Criada em 2016, a startup atua em cinco estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Distrito Federal e Paraná. “Somos a maior empresa de vacinas do Brasil, sem ter uma clínica”, explicou Corteze, que é o médico responsável da Beep.

Corpo técnico

A companhia possui em sua vasta maioria profissionais de enfermagem, além de 12 médicos. Fugindo do modelo de gig economy, a Beep contrata todos os seus profissionais e os treina até ir a campo e fazer os atendimentos. Todos os colaboradores são contratados em regime celetista. Recentemente, a companhia criou o Beep Code, um programa para a contratação de pessoas em começo de carreira.

Em média, a integração de um contratado leva 40 dias. Entre os treinos está o uso do app interno para dispositivos Android, a Florence, em alusão à Florence Nightingale – fundadora da enfermagem moderna – que ajuda a criar rotas e enviar comunicações para fazer o atendimento aos clientes.

Além da Florence, a companhia ainda tem uma plataforma de inteligência artificial que integra o chatbot do site e do WhatsApp, ERP e CRM, o Oswaldo – este em homenagem ao sanitarista Oswaldo Cruz.

Consumidor

Frota de carros da empresa para fazer o last mile até o paciente (crédito: Facebook da empresa)

Dos serviços mais usados, Corteze explicou que crescem rápido os pedidos de exames de laboratório, mas a vacina ainda lidera. Entre as vacinas mais pedidas a líder é Meningite B, mas houve um momento mais intenso de pedidos de imunização de Influenza no meio do ano.

“Vacina (o pagamento) é no cartão de crédito. E o exame é direto pelo plano de saúde. Trabalhamos de domingo a domingo (com agenda)”, afirmou.

“Antes éramos só B2C. Quando entramos em laboratório, passamos a fazer B2B2C. Vendo para o cliente por meio do plano de saúde. Temos parceria com o Bradesco e Care Plus, por exemplo”, explicou Corteze.

Estratégia

A companhia já realizou três rodadas de investimento: seed, série A e B. O CEO ressaltou que há concorrentes investindo na Beep, como DNA Capital (Dasa) e Bradesco (Fleury), além de David Velez, CEO e fundador do Nubank, e o fundo Valor Capital, que entrou na série B.

“O objetivo da rodada foi consolidar e se tornar relevante no mercado de laboratório. E depois vamos para outras unidades de negócios”, disse, ao revelar para Mobile Time que pretende avançar para uma terceira área em 2022, que pode ser a de exames de imagens ou óticos.