Há um novo player no mercado de apps de corridas de automóveis e mototaxistas no Brasil que, sem alarde, vem crescendo rapidamente e começando a incomodar as gigantes Uber e 99. Trata-se da Bibi Mob (Android, iOS), uma plataforma que opera em regime de franquia e que cobra do motorista taxas mais baixas que os concorrentes renomados. Com apenas dois anos de operação (e uma pandemia no meio do caminho), a Bibi Mob já está presente em 82 cidades, prepara a entrada em São Paulo nas próximas semanas e projeta chegar a 400 municípios até o final do ano. Sua base atual é composta de 19 mil motoristas e 3,8 mil mototaxistas que transportam cerca de 20 mil passageiros únicos em 80 mil viagens por mês.

“Nunca imaginamos bater de frente com Uber e 99, mas eles saíram de algumas cidades por causa da alta adesão dos motoristas ao nosso app”, relata Leonardo Tavares, CEO, da Bibi Mob, em conversa com Mobile Time.

Em 20 cidades a operação é própria. No restante, é tocada por franqueados, que podem ser prefeituras, empresários ou políticos locais – um exemplo recente é a prefeitura de Araraquara, que lançou o app na cidade.

“Há um grande poder social (ao lançar a Bibi Mob). Prefeituras, vereadores e deputados têm procurado a gente. De certa forma é uma promoção política: os nomes deles ficam em evidência. E quando uma prefeitura implementa, ela tem todo o controle e acesso a dados do que acontece dentro do seu município”, comenta Tavares.

Há grande expectativa para a entrada em operação na Grande São Paulo, o que deve acontecer em abril, com apoio da Amasp (Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo), diz o CEO. Vai ser o grande teste da Bib Mob, enfrentando Uber e 99 no maior mercado do Brasil. Há também conversas em andamento com a prefeitura do Rio de Janeiro para lançamento da Bibi Mob na capital fluminense.

Modelo de negócios

A plataforma por trás e os aplicativos para passageiro e motorista são os mesmos em todas as praças. O processo de onboarding de motoristas e passageiros também é padronizado e inclui medidas de segurança. 

A Bibi Mob trabalha com três categorias de serviços: corrida de automóvel, corrida de moto e entregas (delivery). Cada franqueado tem a liberdade de escolher quais dessas categorias deseja habilitar na sua cidade. 

Um ponto importante: a Bibi Mob não cobra nada pela franquia. O franqueado, por sua vez, se compromete a cobrar uma taxa entre 5% e 11% do motorista em cada viagem. Muitos têm optado pela taxa mínima de 5%, justamente para atrair os motoristas, que pagam bem mais caro nas corridas que fazem pelo Uber ou 99.

Além de fomentar o aumento da base de motoristas, a cobrança barata reduz o índice de cancelamento de corridas entre motoristas da Bibi Mob, problema que vem afligindo os passageiros de outros aplicativos. “A cada 10 corridas solicitadas, temos apenas uma cancelada”, afirma Tavares.

Do lado do passageiro, no ato do cadastro é preciso informar a cidade onde reside, para buscar serviços apenas de motoristas cadastrados nela. O preço da corrida para o passageiro é um pouco mais barato que o praticado pelos outros apps, mas a variação do preço dinâmico na Bibi Mob é muito menor, garante o executivo. O pagamento pode ser feito pelo app com cartão de crédito, Pix e voucher, ou então em dinheiro.

Expansão internacional e novos negócios

A Bibi Mob começa a despertar interesse no exterior. Existe a perspectiva de lançar franquias do app em Miami, Buenos Aires, Montevideo, Lisboa, Porto e até em uma cidade da Costa do Marfim, na África.

Ao mesmo tempo, a empresa prepara a sua entrada no mercado de marketplace de restaurantes, mercados e farmácias. Será adotado novamente o modelo de franquias por cidade. Neste caso haverá um outro aplicativo separado, com outro nome. E a taxa vai ser menor ainda: no máximo 5%. Rappi e iFood precisam botar as barbas de molho.