Mais de 44% das compras presenciais com cartões são realizadas por aproximação. Dois anos atrás, essa participação era de apenas 8%. E, no ano passado, representava 29,3%. Os dados são da Abecs, associação que representa as empresas de meios eletrônicos de pagamento, apresentados nesta quinta-feira, 11.

“O crescimento de transações por aproximação só aumentou. É um crescimento exponencial. Dificilmente você vai sobreviver com um portfólio de cartões se não tiver a solução por aproximação”, diz Giancarlo Greco, presidente da Abecs.

Atualmente, a participação de mercado do pagamento via NFC no total das transações presenciais chega, no primeiro trimestre de 2032, a 44,3%. Os pagamentos por aproximação com cartões ou outros dispositivos somam R$ 191,3 bilhões, alta de 85,4% no período, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, quando chegou a R$ 103,2 bi.

Abecs

44,3% das compras são feitas por NFC. Fonte: Abecs

Por modalidade, houve o incremento no tíquete médio no cartão, cujo valor ficou em R$ 75,30, alta de 11,5%; no de débito, a Abecs registrou média de R$ 42,80, ligeira alta de 0,6%; e no cartão pré-pago chegou a R$ 33,12, aumento de cerca de 4%.

O volume de transações por NFC chegou a 3,6 bilhões, incremento de 78% no trimestre. Segundo a associação, somente em março, foram realizados 43 milhões de pagamentos por aproximação por dia.

“Esse é um indicador que vem crescendo a passos largos”, diz Greco. O incentivo ao uso da aproximação na ponta é muito grande. Hoje em dia não tem um estabelecimento que não pergunte no checkout ‘é por aproximação?’. A solução chegou muitos anos atrás, mas a pandemia acelerou de uma forma enorme seu uso”, diz.

Compras não presenciais

As compras remotas com cartões cresceram 11% no 1T23. O uso de meios eletrônicos de pagamentos pela Internet e outros canais como aplicativos e carteiras digitais movimentou no período quase R$ 180 bi, ano contra ano, sendo o cartão de crédito o mais usado: R$ 174,4 bi, alta de 10,5%.

Pix

Sobre o pagamento instantâneo ser um concorrente direto dos cartões, Greco disse que o Pix trouxe o que ele chama de “eletronização” para a indústria como um todo. “Sem dúvida é um impacto, mas tem dois lados: sim, ele abocanha um pedaço do débito, mas ele ajuda a indústria como um todo”, disse, explicando que o uso do Pix acaba incentivando também o uso do cartão. “Temos clientes utilizando mais o débito porque passaram a usar mais o Pix. Não equilibra a balança, acredito que o Pix se expandirá ainda mais. Mas sou menos pessimista porque acredito que ele vai ter o espaço dele, mas vai ter também espaço para o resto da indústria”, acredita.

“O Brasil é um mercado suficientemente diversificado e robusto para abocanhar todas as oportunidades que existem por aí. Sim, o Pix vai crescer e levar um share maior do que tem, principalmente na modalidade de débito, mas também vai ajudar a indústria como um todo”, resume.