A utilização de múltiplas conexões simultaneamente em um smartphone pode ocorrer a partir do próximo ano, como aposta Yang Chaobin, CMO da divisão wireless da Huawei. Em sua visão, essa será uma das tendências do 4.5 G e do 5G: conexões TD-LTE, FDD-LTE e Wi-Fi coexistindo para dar mais margem de acesso e conectividade aos usuários.

Chaobin afirma que a introdução de dispositivos aptos para conexões múltiplas simultâneas demandará a necessidade de investimentos em modernização da arquitetura de rede, em especial com a chegada do 5G. “Hoje, o smartphone na sua rede consegue ter acesso ao 4G e ao Wi-Fi. Mas não consegue conectar em ambas redes ao mesmo tempo”, disse o CMO. “Eu acredito que com o 5G nós teremos smartphones funcionando com 4G, 5G e Wi-Fi ao mesmo tempo”.

Questionado por MOBILE TIME sobre como as operadoras podem investir e lucrar com esta tecnologia, o executivo explicou que as empresas devem preparar-se para diferentes cenários, como usuários em locais fechados conectando através de small cells, em lugares abertos com macro cells, e a demanda de conexão para a Internet das Coisas (IoT).

Para atingir esse novo mercado, a Huawei informou que lançará no próximo ano a tecnologia Cloud RAN. O produto é o primeiro "cloudificado" para seu novo portfólio, uma atualização do Single RAN que tem como intuito dar suporte para várias tecnologias e conexões em uma única banda.

4.5 G no Brasil

Além da tecnologia RAN, os executivos da Huawei acreditam que o momento atual é de crescimento do 4.5 G no mundo. Eles acreditam que até o fim do ano 60 operadoras terão modelos comerciais com essa tecnologia. No Brasil, a Huawei confirmou que já teve conversas com quatro das cinco grandes operadoras do Brasil – Claro, Nextel, Oi e TIM. Os testes, revela William Wang, presidente da divisão de FDD da Huawei, poderão ser feitos durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Para ele, não haverá dificuldade na implantação da tecnologia, uma vez que as companhias possuem espectro de 2.6 GHz e 1.8 GHz, demandando um investimento de baixo custo em hardware e software. No entanto, a barreira para o 4.5G seria o preço dos aparelhos. Serve de exemplo o mercado turco – que possui 4.5 G com a Turkcell – onde apenas handsets high-end Samsung Galaxy S7 e LG G5 podem acessar o 4.5G.

*O jornalista viajou a convite da Huawei