A Use Telecom está com duas ações envolvendo o uso de criptomoedas. Durante o Digital Money Meeting, evento organizado pelo Tele.Síntese nesta quarta-feira, 12, André Costa, CEO da Use Telecom, informou que a operadora está aceitando criptomoedas como forma de pagamento de contas de banda larga residencial e pretende incentivar a mineração desses ativos entre seus usuários domésticos.

O projeto de pagamento com criptomoeda teve um piloto no final de 2022 e depois foi liberado para um terço da base de clientes de banda larga fixa da operadora, 10 mil pagantes. Desses, entre 80 e 90 consumidores pagaram com criptomoeda. A ideia é avançar com a oferta para os outros 20 mil consumidores posteriormente, uma vez que a companhia vê o pagamento em cripto como mais um arranjo de pagamento ao lado de Pix, crédito e débito.

André Costa, CEO da Use Telecom (terno cinza claro) e José Luiz Rodrigues, sócio titular da JLRodrigues & Consultores Associados e presidente do conselho da ABFintechs (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Para o segundo semestre de 2023, a Use Telecom quer incentivar os seus usuários a minerar criptomoedas, de modo que o fruto dessa mineração digital ajude o consumidor a pagar sua conta de Internet. Para esse cliente, o CEO afirmou que a ideia é oferecer seus produtos mais avançados (Use Plus e o Use Premium) que custam R$ 189 por mês. Atualmente, a companhia tem 20% de assinantes heavy users, ou seja, 6 mil consumidores com potencial de se tornarem mineiros digitais.

Vale lembrar, a Use Telecom atende 30 mil usuários, tem presença em 88 cidades com a FiBrasil e mais 33 municípios com sua rede própria. Também possui uma MVNO com Claro e Vivo em atuação nacional com aproximadamente 10 mil usuários.

Backoffice

Costa explicou que a ideia da companhia é ofertar uma tecnologia de billing baseada em criptomoeda para o setor de telecomunicações. Esta solução foi feita em parceria com a TGN, a integradora da Use Telecom. O dinheiro é recebido em criptomoeda (a operadora não faz distinção) em uma carteira cripto da operadora, é convertido em stablecoin (USDT) e depois trocado por Real.

O executivo afirmou que a chegada do Real Digital pode acelerar essa adoção, pois facilitaria os processos de conversão. Vale lembrar, o CBDC brasileiro quando criado será apenas para transações no atacado (instituições financeiras e de pagamento reguladas pelo Banco Central) e não terá versões para o varejo (consumidor comum), por isso, a Use Telecom precisará se conectar a um banco para fazer o câmbio.