Por causa das constantes enchentes em Joinville, empreendedores locais instalaram em fevereiro do ano passado cinco câmeras na cidade catarinense e disponibilizaram as imagens captadas ao vivo em um site que batizaram como VejoaoVivo. Mesmo sem investimento em marketing, a iniciativa foi um sucesso e ampliou-se para todo o Brasil. Hoje são quase 700 câmeras espalhadas por 78 cidades brasileiras e a meta é atingir 1.100 até o final do ano, distribuídas por 100 municípios. O site ganhou uma versão em aplicativo móvel para Android e iOS, que acumula cerca de 10 mil downloads, com meta de chegar perto de 100 mil em dezembro.

O VejoaoVivo utiliza câmeras apropriadas para ambientes externos, com proteção para chuva e poeira. O equipamento é instalado em janelas e varandas de estabelecimentos comerciais. Em troca do espaço, o nome do estabelecimento aparece no canto superior da imagem captada pela câmera. As câmeras são cabeadas e utilizam geralmente a conexão de Internet do local. "Usamos uma taxa de transmissão baixa, que não impacta na rede do estabelecimento", garante David Abuhab, gerente comercial e um dos sócios do VejoaoVivo.

As câmeras estão sempre voltadas para as ruas e ficam localizadas em áreas de grande movimento das cidades. No Rio de Janeiro, por exemplo, há mais de 50 delas em ruas importantes do Centro e da Zona Sul. Para evitar problemas relacionados à privacidade de terceiros, a resolução é baixa, para que não seja possível reconhecer rostos. Além disso, as imagens não ficam gravadas em nenhum servidor. Na prática, serve para ter uma ideia do trânsito ou acompanhar eventos de maior porte, como as recentes manifestações que tomaram as ruas do País.

Os números de acessos impressionam. Em agosto do ano passado o site registrou 58 mil page views. Agora, já passa de 7 milhões por mês. Em número de visitantes únicos são mais de 1 milhão por mês e a meta é atingir 5 milhões em dezembro. O crescimento está sendo de 30% a 50% por mês. O acesso é gratuito. A fonte de receita do site é a publicidade.

Mobile

Abuhab reconhece que a empresa ainda não deu a devida atenção ao mobile. "Primeiro queremos deixar a versão web redonda", explica. Mas a mobilidade pode se tornar uma fonte de receita no futuro. A empresa estuda a possibilidade de firmar uma parceria estratégica para lançar um app co-branded com alguma grande marca para algum nicho específico. Poderia ser um app de trânsito ou de surfe (aproveitando as câmeras que o serviço têm na praia), cita o executivo.