reconhecimento facial

O aplicativo de gerenciamento de dados e documentos pessoais MeuID (Android, iOS), criado pela brasileira idwall, acumula 1,2 milhão de downloads e deve expandir sua base em breve graças a parcerias com outras empresas. 

Uma das parcerias é com a plataforma de jogos online Gamers Club, que vai oferecer a seus jogadores associados a opção de se identificarem através do MeuID. Outra é uma integração com a Mastercard para viabilizar o uso internacional do MeuID, informa o fundador e CEO da idwall, Lincoln Ando, em conversa recente com Mobile Time. Além disso, o app começa a ser testado como substituto de cartões de identificação em catracas de portarias de prédios corporativos.

A proposta do MeuID é concentrar uma série de dados e documentos pessoais do usuário, conferindo-lhe o controle para compartilhar com as empresas que quiser, assim como atualizá-los quando precisar. 

“Você é dono dos seus dados. Uma empresa precisa informar se vai copiá-los ou só lê-los; por quanto tempo vai armazená-los etc”, explica o CEO da idwall. “O MeuID pode ser uma plataforma para o open finance: você pode portar dados de um lado para outro e o MeuID pode fazer esse meio de campo”, complementa.

Para começar a utilizar o MeuID, é preciso informar email e número telefônico, que são verificados imediatamente. Em seguida, o usuário informa seu nome completo e é convidado a salvar uma selfie, para uso de biometria facial – o processo utiliza tecnologia de verificação de vida (liveness). É necessário também registrar uma senha alfanumérica e outra de quatro dígitos para acesso rápido ao MeuID. Adicionalmente, é possível enviar e verificar documentos pessoais, como RG e CNH, e validar endereço residencial, o que é feito automaticamente checando o histórico de localização recente do smartphone.

Onboarding

A idwall é especializada na oferta de soluções de onboarding para serviços digitais, tendo entre seus clientes diversas instituições financeiras e varejistas, incluindo 15 bancos e 10 unicórnios.

“Vemos que a experiência do onboarding é diretamente proporcional à vontade do consumidor de permanecer com a instituição. Mas se o onboarding for muito simples passa-se a impressão de que a empresa é insegura e o usuário perde a confiança”, comenta o executivo.

Entre as diversas tecnologias usadas pela idwall estão a biometria facial, a verificação de endereço pelos dados de localizaçao do aparelho (dispensando o envio de comprovante de residência) e a captura automática de dados de documentos. A idwall verifica o rosto captado em selfie no onboarding com aquele presente no documento de identidade e também correlaciona ao CPF informado. Em sua base hoje há dados de mais de 145 milhões de rostos.

“Durante a pandemia muitas empresas vieram para o online, mas ninguém sabia como fazer… Foram cometidos muitos erros nesse processo. Não se pode fazer um cadastro hipersimplificado senão as pessoas criam contas falsas. Imagina se alguém cria uma conta em seu nome para receber Pix de fraude?”, comenta.

Consolidação

A idwall recebeu no ano passado um aporte de R$ 210 milhões e está analisando a possibilidade de realizar aquisições. “Captamos um round estamos olhando movimentos de consolidação. Podemos adquirir outras startups em verticais onde queremos nos expandir”, informa o CEO.

A idwall tem hoje 480 funcionários e faturamento anual acima de R$ 50 milhões.