Menos de três anos após ter adquirido 100% de controle sobre a CCE, a Lenovo decidiu vender a empresa brasileira de eletrônicos para seus antigos proprietários, a família Sverner, controladora do grupo Digibras, do qual a havia adquirido em janeiro de 2013. Analistas ouvidos por este noticiário avaliam que se trata, na realidade, de uma dissolução do negócio, embora a fabricante chinesa justifique que resolveu vender a "marca e a fábrica" da CCE como "parte de seus esforços para aprimorar sua eficiência operacional e a rentabilidade do negócio de PCs globalmente e no Brasil".

A Levono havia desembolsado R$ 300 milhões para adquirir a CCE, mas não informa nem o valor nem os detalhes da transação. "Em meados de agosto, as companhias firmaram um acordo comercial e essa mudança é parte do foco estratégico da Lenovo em produtos de maior valor agregado", disse a empresa em comunicado.

Até então focada no mercado corporativo no Brasil, a fabricante chinesa tinha como expectativa dobrar sua participação no mercado de PCs no país com a compra da CCE, já que, juntas, as duas empresas passaram a ter 7% do mercado nacional.

A CCE havia sido uma das vencedoras da licitação realizada em 2010 pelo Ministério da Educação (MEC), dentro do programa Um Computador por Aluno (UCA) do governo federal. Mas o projeto não obteve a adesão esperada e praticamente naufragou.

A aposta na estratégia de ganhar participação de mercado através da aquisição era tamanha que, antes do negócio, a Lenovo investiu US$ 30 milhões em uma fábrica em Itu, no interior de São Paulo. As operações da fábrica, segundo a empresa, serão mantidas, assim como sua linha Premium de PCs, servidores (incluindo a linha System X recentemente adquirida) e os produtos mobile com a marca Motorola.