A América Móvil enfrentou um final de 2017 com queda nas receitas e prejuízo, embora o acumulado do ano tenha se mostrado ainda positivo. Na avaliação do grupo mexicano (que controla Claro, Embratel e Net no Brasil) em balanço financeiro, os últimos três meses do ano passado “terminaram em uma nota forte”, com destaque para o avanço no mercado brasileiro. “Com os preços de commodities se firmando, vários países latino-americanos encontraram novos estímulos para expansão, particularmente no Brasil, que está se recuperando de uma recessão longa e prolongada”, declara o comunicado da empresa divulgado na noite da terça-feira, 13.

A receita total foi de 263,869 bilhões de pesos mexicanos (US$ 14,09 bilhões) no trimestre, uma queda de 2%. No acumulado do ano, foi R$ 1,021 trilhão de pesos (US$ 54,55 bilhões), aumento de 4,7%. Desses totais, as receitas de serviço somaram 220,920 bilhões de pesos (US$ 11,80 bilhões) no trimestre (queda de 1,2%) e 878,411 bilhões de pesos (US$ 46,91 bilhões) no ano (aumento de 5,6%). Já as receitas de equipamentos totalizaram 42,939 bilhões de pesos (US$ 2,29 bilhões) nos últimos três meses (redução de 6,3%) e 143,222 bilhões de pesos (US$ 7,65 bilhões) no ano (queda de 0,2%). O grupo destaca que a receita média por usuário (ARPU) móvel cresceu “praticamente em todo lugar” por conta das receitas de dados.

Devido ao “ritmo econômico positivo” na região, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) ajustado – que não inclui custos associados a decisões judiciais na Colômbia – apresentou avanço de 6,8% no trimestre e de 8,3% no ano, totalizando respectivamente 70,153 bilhões de pesos (US$ 3,75 bilhões) e 277,302 bilhões de pesos (US$ 14,81 bilhões). A margem EBTIDA foi de 26,6% (aumento de 2,2 pontos percentuais) e de 27,1% (avanço de 0,8 p.p.), também respectivamente.

O prejuízo líquido da companhia no trimestre foi de 11,295 bilhões de pesos (US$ 603,15 milhões), um aumento de 89,1% em relação ao prejuízo do quarto trimestre de 2016. Porém, no acumulado do ano, a AMX ainda registrou lucro líquido: 29,326 bilhões de pesos (US$ 1,57 bilhão), mais do que o triplo (239,1%) do registrado em 2016.

A dívida líquida da empresa em dezembro era de 614,5 bilhões de pesos (US$ 32,81 bilhões), redução de 15,2 bilhões (US$ 81 milhões) durante o ano.

De acordo com a companhia, houve impacto significativo na receita por conta da redução de 16,1% em Porto Rico após o desastre do furacão que destruiu a infraestrutura na ilha em setembro. Excluindo o desempenho no país caribenho, as receitas de serviço consolidadas teriam crescido 1,9%, enquanto o EBTIDA avançaria 12%.

Brasil

Considerando as operações brasileiras da Claro, Embratel e Net, mas excluindo transações intracompanhias, a América Móvil registrou R$ 8,94 bilhões de receitas no Brasil no trimestre, um aumento de 0,8%. No acumulado do ano, entretanto, houve queda de 1,4%, total de R$ 35,48 bilhões.

Dentro desse universo, os serviços fixos e outros apresentaram queda de 2,4% no trimestre (R$ 5,89 bilhões) e de 1,9% no ano (R$ 23,81 bilhões). Os serviços móveis somaram R$ 3,051 bilhões no trimestre (7,3% de aumento) e R$ 11,67 bilhões no acumulado de 2017 (queda de 0,3%).

O EBTIDA aumentou 11,6% no trimestre e 6% no ano, totalizando respectivamente R$ 2,69 bilhões e R$ 10,13 bilhões. A margem EBTIDA ficou em 30,1% (aumento de 3,1 p.p.) e de 28,6% (avanço de 2 p.p.).

Operacional

A AMX totalizou 362 milhões de acessos de todos os serviços no mundo, com aumento de 6,4% no pós-pago – 1,7 milhão de adições líquidas no último trimestre, sendo um milhão apenas no Brasil – e de 4,2% em banda larga fixa. No pré-pago e na TV paga, por outro lado, houve queda de 2,6% em ambos os segmentos. A voz fixa caiu 1,9%.

No total, a Claro reduziu a base móvel no Brasil em 1,9% no ano, totalizando 59,022 milhões de acessos. Desses, 38,687 milhões eram pré-pagos (queda de 7,6%) e 20,335 milhões, pós-pagos (aumento de 11,1%). O ARPU da Claro foi de R$ 16, aumento de 10,2%. E os minutos de uso (MOU, que não mais incluem acessos M2M) aumentaram 7,3% e ficaram em 103. O churn foi reduzido em 0.8 p.p. e encerrou dezembro em 4,7%.

Em unidades geradoras de receita (UGRs) em serviços fixos (voz, banda larga e TV) no Brasil, foram 35,904 milhões de acessos, redução de 2,2%.