Vendido a US$ 300 nos EUA, iPad ‘popular’ chega por R$ 4 mil no Brasil

A Apple apresentou nos Estados Unidos o seu novo portfólio de iPhones, iPads e Apple Watches nesta terça-feira, 14. Os novos iPhones chegam em quatro versões: iPhone 13, iPhone 13 mini, iPhone 13 Pro e iPhone 13 Pro Max. Os dispositivos estão munidos com 5G, iOS 15 e o novo chip A15 CPU. Com 5 nanômetros de tamanhos, CPU de seis núcleos e motor neural (inteligência artificial) de 16 núcleos, o SoC é capaz de operar 16 trilhões de operações por segundo (Tops) – o que possibilita tradução em tempo real com a câmera, por exemplo.

O iPhone 13 Pro (6,1 polegadas de tela) e 13 Pro Max (6,7 polegadas) se destacam por terem taxa de resposta de 10 a 120 Hz na tela, uma tendência bem requisitada no segmento gamer e eficiente para gráficos pesados. Além disso, os dispositivos têm 8 GB de RAM e um conjunto de três câmeras traseiras de 12 MP cada. Por sua vez, os iPhone 13 (6,1 polegadas) e iPhone 13 mini (5,4 polegadas) têm 6 GB de RAM e duas câmeras traseiras de 12 MP.

Uma curiosidade que pode ser notada é que a Apple deixou uma suposta superstição de lado e adotou o “13” no nome do handset. Desde o lançamento do iPhone 12, o mercado especulava se a Apple adotaria o número seguinte ou não, uma vez que os norte-americanos veem o treze como azar em sua cultura (alguns prédios não têm o andar 13 no elevador, pulando direto para o 14, por exemplo).

Tablets e relógios

Nos iPads, agora com iPadOS 15, o iPad Mini foi renovado e recebe tela de 8,3 polegadas, 5G, chip A15, compatibilidade com Apple Pencil de segunda geração, entrada USB tipo-C, touch ID e câmeras traseira de 12 MP. O iPad mais popular tem tela de 10,2 polegadas, chip A13 e câmera frontal de 12 MP.

Nos wearables, a Apple trouxe a atualização do seu relógio inteligente, o Apple Watch série 7. As principais novidades no smartwatch são proteção contra poeira (IP6X) e resistência de 50 metros de profundidade (WR50), além de avanços de maximização da tela e funções de exercício e sono no watchOS 8.

Atrela-se à novidade dos relógios, a expansão do serviço Apple Fitness de 6 para 21 países, inclusive o Brasil. De acordo com o vice-presidente sênior da Apple, Jeff Williams, a expansão deve ocorrer até o final de 2021. Os treinos do serviço de exercício serão em inglês com legendas em outros seis idiomas – que não foram revelados.

Disponibilidade e valores

De acordo com o site da Apple no Brasil, os preços-base são:

  • iPhone 13 Pro começa em R$ 9,5 mil com 128 GB de armazenamento;
  • iPhone 13 Pro Max tem preço sugerido de R$ 10,5 mil com 128 GB de espaço;
  • iPhone 13 custa inicialmente R$ 7,6 mil com 128 GB;
  • iPhone 13 mini sai por R$ 6,6 mil com 128 GB.

Nota-se que a Apple subiu o tamanho base dos iPhones de 64 GB para 128 GB. Dessa forma, o maior armazenamento nos iPhones é de 1 TB nos modelos Pro e 512 GB no iPhone 13. Nesta evolução, o iPhone Pro Max com 1 TB chega R$ 15,5 mil e o iPhone 13 com 512 GB sai por R$ 10,5 mil.

Nos tablets, o iPad mini começa em R$ 6,2 mil com apenas Wi-Fi e 64 GB de armazenamento. O iPad popular de 64 GB e Wi-Fi sai por R$ 4 mil. O modelo mais caro dos novos tablets é o iPad mini com Wi-Fi, rede celular e 256 GB, por R$ 9,4 mil.

iPads e iPhones já estão disponíveis para compra, mas sem data de lançamento.

Por sua vez, o Apple Watch também não tem data de lançamento e não está disponível para compra. Mas o relógio começa em R$ 5,3 mil.

Análise

Os altos preços da Apple não são novidade. A empresa chegou a vender iPad Pro por R$ 30 mil em seu lançamento. Logo não é incomum modelos de iPhones e relógios passando dos R$ 10 mil no preço sugerido.

Os preço são caros, mas há quem compre. Na abertura da apresentação do relatório do segundo trimestre de 2021, O CEO da companhia, Tim Cook, disse que o recorde de receita de US$ 81,5 bilhões foi puxado por “mercados emergentes como América Latina e Vietnã”. No mesmo relatório, as Américas apareceram com incremento de vendas de 33% no período, saltando de US$ 27 bilhões para US$ 36 bilhões.

A Apple é vista por alguns como uma grife ou marca de luxo. Mas por ser uma das três principais fabricantes do planeta, com um controle  significante da cadeia global de suprimentos, ela contribui para elevar o preço médio. Isso é algo que o IDC vem alertando nos últimos anos e que se agravou com as crises de câmbio, economia, saída da LG e falta de chips. Ou seja, o volume de peças segue em queda, mas a receita com celulares cresce, pois o tíquete médio aumenta.