Os chamados "wearable devices", ou "acessórios de vestir", chegaram à pauta de discussão dos desenvolvedores de aplicativos móveis. Eles viraram o centro das discussões nas reuniões do Evernote, app de notas com milhões de usuários ao redor do mundo, revelou o CEO da empresa, Phil Libin, durante apresentação no MEF Global Forum, nesta quinta-feira, 14, em São Francisco. Para o executivo, os wearable devices se tornarão um produto de massa dentro de cinco anos e representarão uma revolução maior na vida do ser humano do que foram os telefones celulares.

"A transição do PC para o smartphone não será nada perto do que vai acontecer nos próximos anos. A chegada dos wearable devices será cataclísmica", disse Libin. "Hoje ainda é meio obscuro e as pessoas fazem piada. Mas será super popular em cinco anos", acrescentou. O executivo revelou que vem testando todos os acessórios de vestir que encontra.

O maior desafio para os desenvolvedores de aplicativos será lidar com as sessões curtas de utilização de softwares em wearable devices. Nos PCs, os softwares são desenhados para sessões longas, de uma hora ou mais cada. Nos celulares, as sessões foram encurtadas para poucos minutos e o design da interface teve que se adaptar a isso. Nos wearable devices, Libin prevê sessões de poucos segundos de duração.

Parcerias

Libin comentou também sobre as parcerias do Evernote com operadoras móveis ao redor do mundo. A primeira delas foi a japonesa DoCoMo, que ajudou o app a se tornar bastante popular no Japão. Em vez de simplesmente embarcar o software nos smartphones vendidos pela operadora, optou-se por oferecer o plano premium para os assinantes da DoCoMo. "As pessoas sabem como baixar um app. Embarcá-lo no smartphone não agrega valor. Talvez diminua valor", disse. O modelo foi replicado com várias outras teles em vários continentes, incluindo a Telefônica na América Latina.

A empresa vem firmando parcerias também com empresas do mundo analógico, com Moleskine e Post-it. "No começo achava que o papel era nosso inimigo. Depois percebi que isso era estúpido: as pessoas continuam gostando do papel. Mesmo nas reuniões do Evernote, metade das pessoas tomam nota em cadernos de papel", comentou.