Depois que criaram o marketplace Farmácias App (Android, iOS), os sócios Robson Michel Parzianello e Eduardo Felipe Raulino tiveram que desenvolver um gateway certificado (com PCI compliance) que fizesse a integração com o aplicativo. Isso porque a legislação brasileira não permite que drogarias e farmácias processem vendas via terceiros. Assim nasceu o Hubcash (Android, iOS), uma plataforma de meios de pagamentos voltada para micro, pequenas e médias empresas.

A solução foi concebida de uma necessidade, mas que acabou ganhando vida própria e se transformou em uma fintech com interesse em fazer com que esses pequenos empreendimentos ingressem no mundo online dos marketplaces e e-commerces, mas que não tinham condições financeiras para isso.

“Atualmente, o Hubcash tem mais de 20 empresas, como drogarias, farmácias de manipulação, lojas de suprimentos. Mas a verdade é que não importa o tipo de comércio, queremos atingir estabelecimentos sem presença online. Trabalho há mais de 10 anos no comércio eletrônico e conheço as dores desse mercado”, conta o sócio-fundador do Hubcash Robson Michel Parzianello.

A fintech oferece o gerenciamento e a integração com marketplaces, com recursos para que o empreendedor possa pagar seus recebedores; checkout para lojas virtuais, checkout in-app, cobrança por e-mail ou redes sociais, como WhatsApp, criando links de pagamentos que podem ser compartilhados da forma como o cliente desejar.

Para 2019, a Hubcash apresentará a solução mobile POS de cartão de crédito.

A diferença está na possibilidade de o cliente escolher se deseja ou não antecipar os recebíveis de compras parceladas. Isso porque os outros players, geralmente, antecipam o valor da venda após 30 dias e ele recebe todas as parcelas, mas com o desconto das taxas de juros, o que pode causar um grande prejuízo.

“Os gateways antecipam todas as transações. O nosso diferencial é deixar o cliente escolher o que quer. Quando se antecipa, ele tem que pagar, por exemplo, uma taxa de 3,8% mais 2,99% por parcela. Dependendo, isso come mais de 20% do valor do produto. Para muitos segmentos do mercado, isso inviabiliza porque eles não têm muita margem de manobra”, exemplifica Parzianello.

A startup não cobra mensalidade, mas uma taxa de 3,8% por transação por meio do cartão de crédito, R$ 2 por boleto compensado, e 2% de antecipação de venda parcelada.

Parzianello esclarece ainda que o gateway de pagamentos é capaz de processar as transações em múltiplos adquirentes, permitindo que o algoritmo identifique a menor taxa de acordo com a bandeira e o parcelamento selecionado.

Inteligência artificial

Com o tempo, a plataforma passa a conhecer melhor o cliente e, a partir dessa interação, é capaz de oferecer produtos personalizados para ele. “Vamos entender como esse empreendedor faz as antecipações. Com isso, a aplicação pode oferecer outros produtos que possam ajudá-lo a substituir essa antecipação e que não fique tão oneroso”, explica.

Além do Mobile POS, em um segundo momento, o sócio-fundador da fintech pensa em disponibilizar o débito como meio de pagamento, mas, para isso, precisa fechar com algum banco. “Estamos em negociações”, diz.