Marco Antônio Palma, CEO da Usina de Vendas

O CEO da Usina de Vendas, Marco Antonio Palma, estima que a TCL será o carro-chefe de vendas da empresa em 2021. Em conversa recente com Mobile Time, o executivo explicou que o relacionamento com a companhia abre portas para seus outros clientes em varejistas e operadoras.

“Naturalmente, eles (TCL) serão o carro-chefe. Mas isso não muda o relacionamento com os atuais clientes. Por outro lado, a abertura com a TCL permite atendermos operadoras e grandes varejos. Temos relacionamento com a TCL e uma operadora, inclusive com suporte para homologação de produtos da TCL”, disse Palma.

Atualmente, a empresa de distribuição de produtos de mobilidade possui clientes como Xiaomi, Motorola, ZTE, Positivo, Multilaser, além dos dispositivos vestíveis da Samsung e smartphones da LG. A companhia possui 26 produtos em seu portfólio, sendo que os wearables da Samsung são os mais vendidos.

“Nosso principal produto de venda hoje são os smartwatches, mais que os fones Bluetooth (buds) e os acessórios básicos. Isso é um pedido do fabricante. Em smartphones, nós atuamos em faixa até R$ 999. Mas estamos subindo o tíquete médio com a TCL com o lançamento do 10 SE em dezembro na casa de R$ 2 mil”, completou.

TCL

Sobre o apoio às vendas da TCL, Palma explicou que neste primeiro momento trabalharão apenas com importação dos dispositivos vindos por meio de transporte aéreo. A maior parte do relacionamento é com a China, uma vez que a companhia está recomeçando sua operação móvel no País: “Nós devemos construir uma ponte para o início de operação no Brasil”, afirmou o CEO.

Vale lembrar, desde que assumiu a operação de distribuição dos equipamentos na segunda quinzena de outubro deste ano, a Usina de Vendas lançou quatro produtos da fabricante no Brasil. Os mais recentes foram os handsets TCL L5, L7 e 10SE.

Mercado e 2020

Palma falou sobre a dinâmica do mercado no ano de 2020 e a disputa com o mercado paralelo de smartphones, conhecido como mercado cinza (grey market no original em inglês). Para o executivo, a crise do novo coronavírus impactou de forma parecida toda a indústria, que levou um susto com a queda de vendas no primeiro momento e registrou uma retomada a partir de maio-junho, com aumento de receita do segundo semestre em diante, mediante a readequação do calendário de pagamentos dos clientes. Contudo, apontou que houve problemas na retomada. “Houve um problema da distribuição que chegou aqui de setembro em diante. Como muitos (varejistas) seguraram as peças, se criou um buffer artificial com a migração do físico para o online e com a queda de demanda entre março e maio. Sentimos falta de smartphones no dia dos pais”, relatou.

Sobre grey market, Palma afirmou que condena, mas afirma que é utópico querer disputar com esse segmento, em razão da  dimensão social e econômica do País. Ele se baseia na experiência de sua equipe para fazer frente à venda de peças ilegais no Brasil: “Sabemos que o grey market não é novidade. Ele aparece por importação direta ou vindo do Paraguai.  Sabemos que somos um país pobre com carga tributária alta, mas o consumidor tem o desejo do produto. E muitas vezes essa é a alternativa ao sonho. É um problema muito mais social”, disse. “O importante é separar o joio do trigo e focar no oficial, que mantém ciclo sustentável e retira o produto do mercado (adequadamente) quando não é mais usado”.

2021

“Nada garante um segunda, terceira, quarta onda do novo coronavírus ou segundo vírus (mutação). Sobre a economia, nós trabalhamos com a realidade do Brasil. Dentro dessa expectativa, nós queremos triplicar de tamanho no ano que vem, pois ainda somos pequenos. Ainda é fácil crescer para nós”, explicou, sem revelar os dados financeiros. “Para a parceria com a TCL é uma volta ao mercado. Eles investiram (em patrocínio) no time feminino do Corinthians. Mas vai ser um bom ano”, concluiu.